A análise de Duarte Gomes à arbitragem: «Não foi noite totalmente feliz»

NACIONAL10.12.202423:36

Especialista de A BOLA aponta falhas ao internacional inglês Anthony Taylor, que mereceu nota negativa

Anthony Taylor dirigiu o Club Brugge-Sporting desta terça-feira à noite para a Liga dos Campeões. Peter Bankes foi o VAR da partida.

Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:

3' Golo legal (sem fora de jogo) do Sporting, marcado por Geny Catamo, na recarga a remate ao poste de Maxi Araújo

24' Golo regular do Brugges, através de autogolo de Quaresma.

26' Maxi Araújo foi derrubado por Olsen no limite mas ainda fora da área adversária. O toque inicial na perna, aquele que conta, aconteceu no exterior. A rapidez do lance iludiu Taylor, que erradamente assinalou pontapé de penálti. Após intervenção do VAR, a verdade do lance foi resposta. A dúvida maior foi em relação à questão disciplinar: o dinamarquês foi inicialmente advertido, supomos que por infração negligente. A razão só pode ter sido essa, porque a cor do cartão manteve-se após alteração da primeira decisão. Se o amarelo tivesse sido mostrado por corte de clara oportunidade de golo na disputa pela bola, Olsen teria sido expulso quando o lance passou a pontapé-livre. Na verdade, dois defesas do Brugges estavam perto, na dobra, diminuindo essa possibilidade.

34' Indiscutível o amarelo exibido a Gyokeres após ter atingido, com o braço, o rosto de Mechele. O sueco tentou libertar-se da movimentação efetuando movimento negligente.

43’ O choque "cabeça com cabeça" entre Tzolis e Eduardo Quaresma teve consequências graves para ambos, mas bem piores para o português. A questão é que Taylor viu negligência onde, na verdade, houve algo mais. O avançado grego abordou o lance com velocidade, intensidade e, pior, de braço/cotovelo em riste, à frente, criando risco de lesão séria no pescoço do adversário (a imagem impressionou). A conduta do jogador devia ter sido sancionada com vermelho direto.

45+1’ Olsen reentrou no terreno com autorização do árbitro, que cometeu aí equívoco infantil, porque a bola estava em disputa na zona. O pior foi interromper a partida e obrigar o grego a reentrar. Tudo errado. O jogador do Brugges cumpriu ordens e não podia ver o segundo amarelo.

45+4’ Onyedika rasteirou Trincão sem possibilidade de disputar a bola. Fê-lo para travar a progressão do adversário. Foi bem advertido.

49' De Cuyper ganhou com contato lance sobreCatamo, que acabou por desequilibrar-se para fora do terreno de jogo, no enquadramento da área do Brugges. Esteve bem o árbitro ao não assinalar braço inicial do moçambicano nem pontapé de penálti depois.

50' Amarelo bem exibido a St Juste por pontapear a bola para longe. Foi essa a nossa perceção em função das repetições do lance. 

51' Amarelo bem mostrado a Mignolet por reter a bola tempo excessivo, ma sequência de um lançamento lateral favorável ao Sporting (o guarda-redes belga estava disposicionado).

Nota - Tzolis, com pontos/agrafos na cabeça, sangrou algumas vezes ao longo do jogo, o que obrigou à sua saída para estancar a ferida.

56' St Juste foi avisado para evitar reincidir, porque já tinha amarelo. Na circunstância, não houve motivo para o segundo.

68' Agarrão claro de Ordonez sobre Gyokeres (nao assinalado).

78' Amarelo exibido a Maxi Araújo por derrubar Seys com alguma negligência. O jogador uruguaio teve azar porque escorregou, levando-o a contacto impetuoso.

83' Hjulmand foi advertido por "palavras" e, na verdade, essa foi uma tendência do jogador ao longo do jogo. É importante que os capitães de equipa percebam que o direito de falar com os árbitros não são sinónimo de liberdade para protestar (mesmo quando sentem/sabem que têm razão).

90+2'
Hjulmand atingiu o rosto de Mechele com o pé fruto de tentativa em ganhar o lance em zona alta. A ação do médio foi algo perigosa e teve como consequência lesão visível na cara daquele. A sua negligência devia ter-lhe valido o segundo cartão amarelo e consequente expulsão.

Nota do árbitro: 4