Um Mundial que não amassa
Algumas embirrações com o torneio que se desenrola nos Estados Unidos, nesta altura do ano. FC Porto e Benfica não começaram mal, mas também fizeram pouco bem
Não sei se será de andar a dormir pouco, com jogos madrugada dentro, mas sinto alguma rabugice com este Mundial de Clubes, jogado nos Estados Unidos. Embirro com os jogadores a entrar um a um e com aquela forma de os colocar alinhados à frente uns dos outros, sem saberem o que fazer, em vez de lado a lado, como uma equipa. Chateia-me a contagem decrescente eufórica antes do apito inicial, como se fosse a passagem de ano. E entristecem-me as bancadas mais ou menos vazias, e sobretudo sem alma (valham-nos os sul-americanos!).
Os europeus estão cansados. A época foi longa, muitos mereciam umas boas férias antes de começar a nova loucura de 2025/26 e aposto que vários preferiam aproveitar o sol de Miami de outra forma. Não serve de desculpa, atenção. O PSG, por exemplo, é tão superior aos restantes que Vitinha a passo continua a ser o melhor médio do mundo. E não será o calor americano a amolecer o coração do Bayern, sem pena nenhuma de um adversário amador. Mas, para os comuns mortais, tudo isto pesa.
FC Porto e Benfica arrancaram esta aventura com dois empates, contra uma equipa brasileira e outra argentina. Deste lado do oceano, não será novidade para ninguém que as águias são muito mais equipa do que os dragões, também com jogadores com mais qualidade. E isso, apesar do resultado semelhante, fez muita diferença na forma como as duas partidas se desenrolaram. Não sei se Trubin conseguiria evitar tudo o que Cláudio Ramos evitou com o Palmeiras, mas tenho quase a certeza que os azuis e brancos nunca recuperariam de uma desvantagem por 2-0 frente ao Boca Juniors.
Em condições normais, as equipas portuguesas são superiores a estes adversários, claramente mais motivados para esta prova. O pior FC Porto das últimas décadas (já se pode dizer isto, certo?) podia ter perdido com o melhor Palmeiras, mas foi claramente exagerada a reação dos brasileiros, que inundaram as redes sociais e a conferência de imprensa com relatos infundados sobre um tal amasso. Acreditem em nós, irmãos: ainda há um mês e tal o Estrela da Amadora, contra este FC Porto, parecia o PSG. Já o Benfica, ainda meio amassado da perda do campeonato e da Taça de Portugal para o Sporting, terá nova oportunidade de mostrar o seu potencial frente aos tais amadores do Auckland City. É aproveitar, que a seguir vem o panzer e nunca se sabe se os encarnados (os de Lisboa, não de Munique) estão num dia mau.
Da minha parte, espero que a rabugice passe. Que Vitinha nos ajude a não adormecer a ver o Mundial. Em 5, 4, 3, 2, 1...