«Vim para o Sporting para ganhar títulos»
Chegada ao Sporting neste verão como um dos reforços mais sonantes do futebol feminino nacional, Flor Bonsegundo não esconde o entusiasmo com a nova etapa da carreira. Em entrevista a A BOLA, a internacional argentina faz um balanço positivo dos primeiros meses de leão ao peito, fala da rápida adaptação a Lisboa, ao clube e à Liga portuguesa, aborda as ambições coletivas após um início de época marcado por algumas desilusões e assume, sem rodeios, o objetivo maior: ganhar títulos com a camisola verde e branca.
Como têm sido estes primeiros tempos de Sporting?
Muito felizes. Sinto que já estou no Sporting há uns dez anos. O grupo, a cidade, o clube receberam-me de forma espetacular e sinto-me à vontade e muito contente por vir treinar à Academia. Para mim é um novo começo e sinto-me muito feliz por pertencer e ser parte de um clube tão importante como o Sporting.
A adaptação ao país e à língua foram fáceis ou existiram dificuldades?
Estou há muito tempo na Europa, longe de casa, e acho que isso também tornou tudo mais fácil. Sinto-me feliz e a adaptação foi muito fácil. São muitas coisas novas, obviamente, mas por já estar há tanto tempo longe de casa e conhecer o futebol europeu, isso ajudou-me na adaptação. No clube, muita gente fala espanhol e, no fundo, é futebol, podemo-nos fazer entender de muitas maneiras. No início, custou um bocadinho, mas acho que adaptei-me muito bem.
Como foi quando soube do interesse do Sporting?
Desde o princípio que quis vir. Não tive dúvidas quando surgiu a proposta do Sporting. Pela maneira como o clube compete, as competições em que está, claro, a Champions, achei que era o momento ideal para mim, um grande passo para a minha carreira, por isso não hesitei e foi sempre a minha primeira opção.
Já conhecia o clube e a Liga portuguesa?
Já tinha tido colegas que jogaram aqui e que me falavam muito bem do Sporting. Também conhecia a liga porque muitas portuguesas foram jogar para Espanha e ouvia-se falar muito de Portugal. Acho que Portugal cresceu imenso nestes últimos cinco anos, em termos do nível de competitividade. Ouvi sempre coisas boas. Embora hajam coisas a melhorar, como em todo o lado, para que seja uma liga 100% profissional, acho que caminha para isso e que Portugal não tem de invejar ninguém.
Jogou muitos anos em Espanha, o campeonato português, em termos de qualidade e de condições, pode comparar-se com o espanhol?
Digo sempre isto: Portugal não tem nada a invejar em termos de condições, organização e na forma como os clubes tratam as jogadoras. A nível de competitividade talvez haja alguma diferença, há muitos mais clubes na liga espanhola, jogam-se mais jogos e a competição é um pouco maior. Mas a nível de clubes e a de comportamento da Federação, Portugal está no bom caminho e há muitas semelhanças com Espanha.
O Sporting já teve duas decepções neste início de época - as eliminações da Champions e da Taça de Portugal -, como é que o grupo reagiu a estes acontecimentos?
Foram golpes muito duros para nós. Mas esta é a nossa vida. Sabemos que se pode ganhar e que se pode perder. O clube aposta sempre em ganhar tudo, é um clube grande e exige muito. Queremos continuar a competir nas provas em que ainda estamos: a Taça Europa, o campeonato e a Taça da Liga, que são competições importantes. Por isso, queremos pedir aos adeptos que estejam connosco. Este é um momento duro para a equipa, mas continuem a confiar em nós, porque queremos ganhar tudo. O Sporting luta até ao fim e é isso que vamos fazer.
Quais são as ambições na Taça Europa? Sonham com o título?
Todas sonhamos com ganhar títulos, qualquer que seja. Quando se joga no Sporting é assim. Mas este é especial porque é a primeira edição. Estamos bem, temos apresentado um nível muito bom na Taça Europa e espero que possamos ir o mais longe possível. Sonhamos sempre em levantar troféus e, se for um europeu, seria incrível.
Tem jogado mais no meio-campo, descaída para a esquerda, é a posição em que mais gosta de jogar?
Já joguei em muitas posições, mas gosto muito de jogar no meio-campo, como número 10, dependendo também do sistema. Mas costumo dizer que jogo onde me colocarem, nem que seja a guarda-redes.
Qual é o seu objetivo a curto prazo?
Quero, simplesmente, ganhar. Vim para este clube para ganhar títulos. Conquistar troféus aqui na Europa é o meu sonho e acho que com o Sporting isso é possível. Estamos em processo de construção, é algo que vai levar tempo, sou nova aqui, mas sei que quero ganhar títulos com o Sporting.
E a longo prazo?
O objetivo principal na minha vida é ser alguém no futebol, ser reconhecida pelas coisas que fiz, não só pelos golos, mas pelas lutas que travei na minha carreira pelo futebol feminino. Isso é o mais importante.
Já disse que está feliz. Vê-se no Sporting por muitos anos?
Sim, claro que sim. Tenho contrato para alguns anos, espero que sejam muitos mais ainda e com esta energia que tenho e que me caracteriza. Espero poder dar muito ao Sporting durante muito tempo.