Declarações do defesa-central em conferência de imprensa

Versatilidade, união e trabalho, muito trabalho: tudo o que disse Renato Veiga

Defesa-central, que já jogou a médio defensivo e lateral-esquerdo, espreita alguns minutos, quer ser útil à Seleção na posição que for preciso

- João Palhinha disse ontem que o momento que os jogadores vivem nos clubes é muito importante. Você e o João Félix foram colegas no Chelsea, hoje em dia são titulares nas respetivas equipas. Esse bom momento pode transparecer na Seleção?

- Sim, acho que o momento que os jogadores vivem ajuda sempre. São espaços completamente diferentes. Estamos num espaço prestígio da Seleção, em que todos os jogadores querem estar e estamos muitos felizes sempre que somos chamados. O Félix está num bom momento e é dar continuidade ao trabalho.

- Sente-se preparado, mesmo face à concorrência, para assumir a titularidade na equipa de Portugal?

- Trabalho todos os dias para estar sempre preparado para quando for chamado, eu e todos os meus companheiros que foram convocados, portanto, trabalhamos sempre todos. Somos um grupo muito unido, com muita qualidade, é algo que sobressai.

- O que espera do jogo contra a Irlanda? Faz um ano que se estreou de quinas ao peito, quais as suas aspirações, estar no próximo Mundial?

- Sou alguém que pensa muito a curto prazo e no presente. No dia a dia e naquilo que posso controlar, todos temos sonhos e objetivos, mas quero é dar tudo pelo clube e quando sou chamado à Seleção é com foco e estarmos prontos. Relativamente aos jogos, estamos prontos e estamos a trabalhar para poder meter em prática o plano, o que é que é para ter, o que é que o mister nos apresentar e vamos trabalhar sobre isso, focar e depois o resultado é sempre a consequência do trabalho.

- Está a fazer um ano que se estreou a titular em Varsóvia, com a Polónia. Aos 22 anos falta-lhe uma liga para já ter jogado nas big-5. Com quem reparte mérito?

- Primeiramente agradecer a Deus, depois à minha família, por todos os valores que me foram incutidos e o trabalho que faço todos os dias, depois os resultados são consequência disso.

- Falando do adversário, foi surpresa a República da Irlanda perder na Arménia? Estão preparados para receber uma equipa que não vai fazer vida fácil a Portugal?

- Sabemos que vai ser um jogo complicado, como são todos os jogos das seleções, as seleções têm os melhores do país, sabemos que o resultado pode parecer enganador, porque é um campo difícil, jogar fora é sempre mais complicado, é um ambiente, entre aspas, um pouco mais hostil, portanto, não é surpresa nenhuma, sabemos que a Irlanda é uma seleção forte, mas estamos focados no que temos de fazer e trabalhamos muito sobre isso, sobre o que temos de fazer e concentrados em nós.

- Fala-se num espírito mais renovado na Seleção. Sente que há mais confiança após a conquista da Taça das Nações?

- Sinto que já havia isso e já há muito tempo que estamos a trabalhar sobre esse espírito de entreajuda, de amizade, uma amizade pura e um bom ambiente que se vive aqui neste nosso espaço da Seleção. Óbvio que quando se conquista estes títulos em conjunto cria-se sempre mais, as boas memórias e, portanto, acho que pode ter ajudado ainda mais, mas estamos a trabalhar sobre esse bom ambiente há muito tempo e acho que, como disse antes, a consistência em tudo na vida ajuda, principalmente também num bom ambiente e que se vive aqui na Seleção.

- Foram muitas mudanças na sua vida em pouco tempo, como é que se gerem essas mudanças, expectativas criadas e adaptações contantes que tem de fazer?

- É um conjunto de muito fatores, desde muito novo que ando de um sítio para o outro, com o meu pai, que foi jogador, já vivi em muitos países, mas isso de expectativas não me foco tanto, é no hoje e no trabalho. Ajuda muito desde muito ter de me adaptar a sair de Portugal, escolas, outras línguas, depois é o facto de focar-me no hoje e no presente.

- O jogo do Villarreal com o Barcelona, para LaLiga, será isputada nos Estados Unidos, em Miami, é um tema que está a gerar muito celeuma. Como é que, enquanto jogador, vê isso?

-
Se não me engano, o senhor presidente [Fernando Roig] disse que oferecia viagem a todos os sócios, acho que isso ajuda um bocadinho. Depois, obviamente, preferia jogar no nosso estádio, mas temos de nos adaptar à situação, e é nisso que nos vamos focar e tentar ganhar o jogo, mas agora é um espaço de Seleção e é nisso que temos de nos focar.

- Ontem Cristiano Ronaldo falou da possibilidade do final da carreira, como é que o grupo vê essa situação?

- Final da carreira? Acho que ele disse que ia jogar uns anos mais [risos]. Isso, honestamente, só ele sabe quando é que irá acabar de jogar. É uma lenda, agradecer-lhe tudo aquilo que faz, e faz, pelo golo que teve.

- Pela experiência que já teve nos quatro principais campeonatos, em qual se sentiu melhor pela adaptação às duas características?

- Não sei... Cada campeonato tem a sua peculiaridade, gosto muito da Premier League, pela intensidade, gosto de LaLiga, pela forma como se joga, porque é um jogo de xadrez em termos estáticos, a Alemanha que é muito intensa e é muito direta, são campeonatos fantásticos, tive o privilégio de jogar em todos eles, e, portanto, é seguir o caminho, é focar no bem e quanto ao mérito, isso é o trabalho diário e é um orgulho estar aqui presente de cada vez que me chamam.

- Está a ser titularíssimo no Villarreal, marcou um golaço à Juventus, a sua cotação a nível de transferências valorizou em 7 milhões de euros. O Renato disse aqui várias vezes que pensa no presente, reclama minutos ao mister Martínez?

- Isso cabe ao mister, não reclamo porque temos muita qualidade aqui na Seleção, muita competitividade boa, portanto, todos os meus companheiros poderiam reclamar minutos porque todos nos clubes estão a jogar de forma excepcional e têm todos muita qualidade, e, portanto, é respeitar cada decisão e trabalhar, trabalhar, trabalhar, porque já é um orgulho estar está aqui a representar a Seleção Nacional.

- Está há um ano com a Seleção, tem um título, não é para todos. Sente que já ganhou algum espaço nesta Seleção, ou ainda fica nervoso sempre que vai ser divulgada uma convocatória?

-
Sempre, sempre [risos]. Vejo sempre quando o mister vem aqui divulgar os nomes, porque nada é garantido e temos de trabalhar todos os dias para poder, obviamente, voltar a ser chamado, e como já disse, é focar no presente.

- Já jogou como médio defensivo, lateral-esquerdo, agora é mesmo defesa-central?

- Tenho jogador a central [risos]. Sim, é a posição onde me sinto mais confortável, mas, obviamente, mas vou sempre preparar-me para ajudar a equipa onde quer que seja.

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