Sporting-FC Porto de 2024/2025 jogou-se a 31 de agosto (Foto: MIGUEL A. LOPES/LUSA)

Um clássico que chega na pior altura

Remate de Letra é o espaço de opinião semanal de Hugo Vasconcelos

É uma loucura que o mercado ainda esteja aberto quando já se está a jogar a Serie A. Há jogadores que na manhã dos jogos estão ao telefone com os empresários a tentarem sair, outros não querem vir treinar. O mercado devia fechar antes de começarem os jogos oficiais. Há meses e meses para os clubes resolverem as coisas, já devia estar tudo feito

Vincenzo Italiano, treinador do Bolonha

O ótimo arranque de campeonato de Sporting e FC Porto — três vitórias para cada, 12-1 em golos para os leões, 9-0 para os dragões — abre o apetite para o clássico de hoje. Mas não acho que ele chegue na melhor altura, pelo contrário.

Entre jogadores que querem sair mas vão ficar, jogadores que até pensariam em ficar mas vão sair, jogadores que hão de chegar e outros que chegaram mas ainda não estão prontos para jogar, ou pelo menos para serem titulares, as equipas que veremos em campo este sábado poderão ser bem diferentes daquelas que estarão a jogar daqui a um mês.

É certo que a Liga não costuma decidir-se em jogos grandes, pelo menos em jogos grandes à quarta jornada, mas o Sporting-FC Porto de hoje vai ter peso enorme na definição das candidaturas ao título de leão e dragão. E que isso aconteça com equipas a meio gás faz pouco sentido, para mim.

Vincenzo Italiano, treinador do Bolonha, foi duríssimo no fim de semana passado a falar das datas do fecho do mercado, depois do erro de Lucumi (doido para rumar ao Sunderland) que deu a Wesley, e à Roma, o único golo na primeira jornada da Serie A.

Mas as tentativas de antecipar o fecho do mercado, para antes do arranque das competições, nunca correram bem. Em 2019, a Premier League fê-lo, de forma unilateral (para 8 de agosto). Depois do fecho, os clubes passaram três semanas e meia em pânico, com jogadores assediados, porque os outros mercados estavam abertos, e sem possibilidade de contratarem substitutos caso os deixassem sair.

Não mais repetiram a brincadeira. Para acontecer, têm de juntar-se todos os principais campeonatos.

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