Thierry Henry utiliza o Benfica para criticar estratégia de Hansi Flick
Hansi Flick impressionou na primeira época no comando técnico do Barcelona pela disciplina da linha defensiva, habituada a ocupar terrenos próximos do meio-campo e a deixar os adversários em posição irregular. A estratégia arriscada, mas eficaz catapultou os blaugrana para as conquistas da LaLiga e da Taça do Rei e para uma caminhada até às meias-finais da UEFA Champions League.
Esta época, a história está a ser ligeiramente diferente. O Barcelona já sofreu 20 golos em 15 jogos disputados, três dos quais no empate em Bruges, na quarta jornada da UEFA Champions League. A ineficácia da linha defensiva em colocar os adversários fora-de-jogo e, em vez disso, abrir a porta do golo motivou críticas de pesos pesados do futebol europeu.
Thierry Henry destacou o peso da fragilidade defensiva nos resultados menos positivos dos blaugrana: «O número de golos que sofrem é excessivo e muitos deles são demasiado fáceis. Se não corrigirem isso rapidamente é impossível pensar em ganhar na Europa.»
O antigo astro francês considerou que o número de duelos perdidos pela linha defensiva e de lances de 1x1 com Joan García «não são normais». Henry frisou, ainda assim, que a fragilidade não começou esta temporada: «Todos nos lembramos do que aconteceu contra o Benfica e contra o Inter. Um ano depois continuamos a ver a mesma coisa. Com o talento que o Barcelona tem não faz sentido.»
Henry recordou os golos sofridos pelo Barcelona na fase de liga diante do Benfica (5-4), a 21 de janeiro, e no agregado das meias finais contra o Inter (6-7), na edição passada da UEFA Champions League.
«Não é apenas sobre pressionar e recuperar a bola, especialmente quando adversários atacam a tua defesa de todos os lados. Quanto tempo é que vamos continuar a repetir os mesmos erros?», questionou o antigo jogador do Barcelona.
Rudd Gullit, Bola de Ouro em 1987, questionou a teimosia do técnico germânico: «Porquê persistir num plano destinado a falhar.» O antigo critativo de PSV, Milan ou Sampdoria critiou a estratégia «kamikaze» de Flick, que fragiliza a linha defensiva.
Apesar das críticas de que tem sido alvo, Hansi Flick reiterou confiança no atual modelo de jogo, no final da partida em Bruges: «Não temos de mudar o nosso sistema de jogo, faz parte do nosso ADN. Temos de trabalhar nesta ideia. Quando toda a gente regressar de lesão vai melhorar.»