Taís contou que o combate pelo 3.º lugar correu como planeara com o treinador Fotografia Kostadin Andonov/EJU

Taís Pina: «Estou contente pelo bronze, mas não satisfeita»

Judoca do Algés voltou a subir ao pódio em Europeus sub-23 em Chisinau, na Moldávia. Foi a segunda medalha de Portugal nesta edição depois de Otari Kventidze e a 20.ª da história. Olímpica é a quarto judoca português de sempre a ser duplamente medalhada no evento

«Foi um dia longo e duro, estou cansada e contente. Mas não totalmente satisfeita. Vinha para ganhar o ouro, mas não foi possível. Contento-me com o 3.º lugar, mas ainda tenho muito trabalho pela frente», declarou Tais Pina a A BOLA depois da conquista do bronze dos -70 kg no 23.º Europeu sub-23 Chisinau-2025, na Moldávia.

Subida ao pódio assegurada após ter derrotado a húngara Rebeka Soczo (197.ª ranking mundial) com dois wazaris, e que juntando ao também 3.º lugar conseguido por Otari Kvantidze (-73), na véspera, aumentou para 20 as medalhas de Portugal na história do evento, sendo 12 de bronze.

Aliás, depois de não ter havido pódios em Pila-2024, a última medalha havia sido ganha precisamente por Taís (16.ª) em Potsman-2023, quando tinha 19 anos. Daí que este resultado não tenha satisfeito totalmente a olímpica do Algés.

«Há dois anos era o meu primeiro Europeu sub-23, fui bronze e pronto, não estava mal. Mas esta era a segunda vez que participava…», justifica quem se apresentava como cabeça de série. Isenta da ronda inaugural, na segunda eliminou a alemã Tanja Gruenewald (130.ª) por ippon, para de seguida sofrer o único revés do dia diante da sueca Ingrid Nilsson (103.ª), que acabou por levar o título ao derrotar na final a ucraniana Olha Tsimko (159.ª) por wazari.

Nas repescagens, Taís manteve o foco e tudo foi-se resolvendo mais facilmente, derrotando primeiro a croata Karla Kulic (171.ª) por ippon e a seguir Soczo.

Questionada sobre o que sentiu na prova, contou que «não faltou nada de especial». «Mas tive um primeiro combate me desgastou bastante e afetou um pouco a performance. Mas este resultado significa que o trabalho está a ser feito, mas o processo até aos Jogos de 2028 é longo. Conseguir pódios é bom. No entanto, senti que não estou na melhor forma, podia estar melhor. Apesar de ter competido na passada semana [ganhou o nacional de equipas pelo Algés e foi campeã universitária], não lutava a este nível há algum tempo. Talvez tenha sentido alguma falta de ritmo competitivo, mas, depois daquele primeiro combate isso foi superado. Após esse até demonstrei que estava bem, menos nos quartos de final. Volto para casa com os erros cometidos e a intenção de treinar para os superar», garante a judoca que esteve nos Jogos de Paris-2024 ainda como júnior. Só conseguido por Telma Monteiro em Atenas-2004.

Sobre o confronto para o bronze contra Rebeka Soczo contou: «Tinha planeado uma estratégia com o meu treinador, correu tudo como tínhamos pensado e acho que foi o combate mais bem conseguido», concluiu Taís Pina que, este domingo, estará na competição por equipas, onde a Turquia é o primeiro adversário de Portugal. «Gosto de fazer equipas. É um ambiente diferente, emotivo. Sabemos que não estamos sozinhos e lutamos com alguém ao nosso lado», disse.

Até hoje, apenas Ana Cachola, Telma Monteiro e Jorge Fonseca haviam conseguido ser duplamente medalhados em Europeus sub-23. Para a próxima edição, em Nápoles-2026, Taís, 21 anos, pretende quebrar esse máximo na última oportunidade e sagrar-se campeã, tal como Cachola, Telma, Fonseca e Patrícia Sampaio. «Tenho mais um ano, fica para a próxima...», prometeu.