«Rúben Dias e eu dizemos que seremos adjuntos um do outro»
- Rúben Dias diz que é o seu segurança. É mais dedicado do que De Paul com o Messi?
- O Rúben Dias é o meu segurança, é. É um grande amigo que ganhei no futebol, que também é uma pessoa com quem gosto muito de partilhar balneário, porque além de ser um guerreiro, daqueles que é bom ter ao nosso lado nos momentos difíceis, também é muito bom falar com ele de futebol, porque é muito interessado e percebe muito, na minha opinião, do jogo. É muito inteligente na forma como aborda o jogo e sem dúvida que…
- Acha que ele vai ser treinador também?
- Eu espero que sim. Nós às vezes brincamos e dizemos que vamos ser o adjunto um do outro. Num ano é ele o principal e eu o adjunto, no outro seria eu o principal, mas acho que não. Acho que ele vai ser um grande treinador principal um dia. E espero que sim porque ele tem um entendimento do jogo muito bom.
- Matheus Nunes, que Guardiola chegou a considerar um dos melhores médios do mundo, parece estar numa fase de adaptação sobretudo. Como é que o vê agora e o que é que ele ainda pode trazer à equipa?
- É como disse, está numa fase de adaptação. Quando cheguei ao Manchester City, foram seis a oito meses em que quase não joguei. Adaptarmo-nos a este clube não é fácil, porque a forma de jogar é muito diferente, mas o Matheus tem todo o potencial e todas as qualidades para ter um futuro brilhante neste clube e na nossa equipa, pela forma de jogar, pela capacidade dele em manter a bola, a capacidade de tirar um, dois adversários da frente e arrancar, atacar o defesa central e tomar a última decisão. Tem tudo. Olho para o Matheus e, falando apenas de talento puro, tem tudo a nível físico e a nível técnico. Espero que melhore o seu entendimento do jogo para conseguir chegar ao nível que é esperado, porque ele tem capacidades incríveis.
- Tem-se notado uma química especial nos últimos jogos entre si e Haaland. Sente-se responsável por encurtar aqui a distância para ele, que é mais um finalizador enquanto o resto da equipa é mais de posse e de maior envolvência. Sente-se o responsável por ter de tornar esse caminho até ele mais curto?
- É tentar envolvê-lo o máximo que podemos no jogo, porque sei que ele é um jogador que não precisa de tocar muitas vezes na bola. Ele próprio o diz, que se tocar uma ou duas vezes e marcar um ou dois golos fica feliz. Mas, na realidade, quanto mais envolvido estiver maior a confiança para depois, nos momentos certos, meter a bola dentro da baliza. Portanto, fazer esta ligação, para lhe dar o maior número de bolas possível, é muito importante. Sem o De Bruyne para fazer o trabalho de último passe, às vezes ele toca menos vezes na bola e é mais difícil. Ele e o Álvarez agora, juntos, também combinam muito bem, mas tentar dar-lhe essa participação no jogo sem dúvida que é uma missão. Minha, cada vez mais, principalmente não estando o Kevin, para o ter envolvido no jogo e poder marcar o maior número de golos possível.
- Um homem humilde, como Guardiola o qualifica, num clube rico como o City. Nunca teve a tentação de fazer uma excentricidade?
- Que tipo de excentricidade?
- Alguma coisa de que não faça parte da sua natureza só porque está num clube como o Manchester City…
- Se falarmos a nível financeiro, o dinheiro que eu ganho, que é muito, o maior prazer que me dá é poder dar a segurança e a tranquilidade de uma boa vida às pessoas próximas de mim. Isso é a maior alegria. E depois o resto… Gosto de ter as minhas coisas, gosto de ir de férias, gosto de ir para bons hotéis, gosto de comer bem, gosto de fazer coisas boas com a minha mulher e com a minha família. A nível de extravagâncias, gosto de algumas coisas como toda a gente, gosto de coisas boas, mas acho que não tenha em excesso, não. Não sinto essa necessidade, sinceramente.