Ronaldo Nazário, o Fenómeno - Foto: IMAGO

Ronaldo Fenómeno: «A minha vontade de continuar no futebol é zero»

Vencedor da Bola de Ouro e campeão do mundo pelo Brasil desgastado com as experiências como proprietário de clubes

Ronaldo Nazário, lenda do futebol mundial, completou esta quinta-feira 49 anos e confessou estar farto do futebol, após as suas tentativas falhadas como investidor no Cruzeiro e no Valladolid.

Em 2018, Ronaldo tornou-se acionista maioritário do Valladolid, comprando 51% das ações. E, em 2021, o antigo goleador assumiu adquiriu 90% das ações do Cruzeiro.

Entretanto, em abril de 2024 vendeu o clube brasileiro a Pedro Lourenço. E, um mês depois, cedeu também a sua participação no Real Valladolid a investidores americanos, após ter falhado o objetivo de mantê-lo na LaLiga.

O antigo jogador do Cruzeiro — clube onde se estreou profissionalmente como jogador e que agora enfrenta uma grave crise financeira e com dívidas que atualmente ascendem a 2,5 milhões de reais (cerca de 416 mil euros) — diz que se perdeu muita coisa no futebol e não quer investir mais dinheiro na indústria.

«Perdemos a essência? O que mais se perdeu? Não posso voltar ao campo, como muitos de vocês me pedem. E, sinceramente, nem acredito que as nossas maiores derrotas nos últimos anos tenham sido em campo. Não foram televisionadas. Temos de olhar para além dos holofotes. Para as instituições. Para a mentalidade dos nossos atletas. Para as nossas relações«, começou por afrimar numa conversa no podcast Denilsonshow.

A minha vontade de continuar no futebol é hoje igual a zero! E o principal motivo está relacionado com o meu dinheiro, que já não estou disposto a desperdiçar no fenómeno (do futebol)

Acabaram-se os investimentos

O antigo avançado de PSV, Barcelona, Inter Real Madrid, Milan e Corinthians deixou um alerta ao Cruzeiro, clube no qual investiu bastante dinheiro e que a partir de agora a apoiará de forma mais distante.

«Se o mundo entender que o futuro e a salvação do Cruzeiro passam apenas pelo funcionamento como sociedade anónima, ajudarei e encontrarei o dinheiro necessário, mas pessoalmente não me envolvo mais financeiramente!», explicou.

Por fim, deixou ainda uma bicada ao futebol brasileiro no seu todo. «O futebol brasileiro abriu-me as portas para o mundo inteiro. Não como jogador, não estou a falar da minha história. O nosso futebol é muito maior do que eu. Somos a única equipa que ganhou cinco Mundiais, mas neste momento, até o nosso conceito de excelência está muito abaixo do nosso potencial», concluiu.