Francesco Farioli - Foto: Imago
Francesco Farioli - Foto: Imago

Respeito pelo Nice, o Mundial sub-17 e a identidade portista: tudo o que disse Farioli

Treinador do FC Porto fez a antevisão do jogo da UEFA Europa League, contra o emblema francês

Francesco Farioli alerta para as qualidades do Nice, equipa que ainda não pontuou na UEFA Europa League, mas que o italiano conhece bem, já que passou pelo clube francês em 2023/2024. O técnico pede, por isso, respeito pelo adversário e a máxima concentração da sua equipa para somar os três pontos.

— Conhece bem o Nice, equipa que já orientou. Que tipo de jogo vai pedir aos seus jogadores para vencer este adversário?

— Analisámos a equipa e tem o nosso respeito porque é uma equipa muito boa, com um treinador com qualidade, que teve um grande período no Lens. Na última temporada trouxe a equipa de volta à fase de qualificação para a Liga dos Campeões. Talvez estejam a atravessar dificuldades, mas é o momento, não é a equipa em si. Será um jogo difícil, seguramente, e prevejo um jogo muito físico, com muitos duelos, com transições de um lado e do outro. Estamos à espera de um jogo aberto entre duas equipas que querem certamente ganhar.

O Nice perdeu com o Marselha, com um sistema um pouco diferente. Espera um adversário mais cauteloso?

— Vai jogar da mesma maneira. É o estilo de jogo que tem e tanto o clube como o treinador têm essa cultura. É uma equipa agressiva, por isso espero um jogo forte, com pressão alta de lado a lado. Analisando o jogo, a verdade é que, na primeira parte, podiam ter marcado dois ou três golos, porque tiveram grandes oportunidades. Jogaram contra uma equipa de topo, é normal que, concedendo algumas oportunidades, paguem por isso, mas não me parece que uma derrota altere o estilo de jogo ou a crença deles.

Vai ter Froholdt e Bednarek preparados para entrar no onze?

— Claro que é bom ter esses jogadores de volta. Os dez últimos dias foram muito positivos, porque, com exceção do Nehuén Pérez, recuperámos o Luuk De Jong, Victor Froholdt e Bednarek, o que é muito importante para o jogo, para o nível dos treinos e para o grupo, de modo a poder trabalhar com todos os disponíveis para ajudar.

— Sente que consegue manter o padrão de jogo do FC Porto na Liga Europa ou tem necessidade de fazer alterações pontuais em função do adversário?

— Da nossa parte, quando falamos sobre identidade, o tipo de comportamentos que queremos ter em campo, queremos sempre fazer o mesmo, seja no campeonato ou na Liga Europa. Uma das principais características que a nossa equipa tem é o facto de adaptar-se às características do jogo e também do adversário, de perceber a superioridade, ou não, do opositor, e o que deve fazer. Para mim, esta é a nossa matriz e teremos de apresentá-la. Temos de ter capacidade de controlar as transições e abordar da melhor forma possível as abordagens do Nice. Tenho a certeza que o adversário virá para lutar com todas as suas forças por um bom resultado.

— O FC Porto tem cinco jogadores no Mundial de sub-17. Que futuro perspetiva para estes jogadores no FC Porto?

— Será uma grande oportunidade para eles viverem uma grande experiência e celebrar, quem sabe, um título muito importante. É importante para o FC Porto ter cinco jogadores, basicamente a espinha dorsal da equipa nacional. Alguns deles, dois, já treinaram com a equipa principal. Estamos a torcer por eles no Qatar.

— Disse na última partida que jogar com Gabri Veiga e Mora é uma possibilidade no futuro. Pode acontecer contra o Nice?

— É uma possibilidade. Já tinha pensado nisso no início da época, mas era preciso encontrar o momento certo para o experimentar. O mais importante é que a equipa seja competitiva para ganhar jogos. Tal como o Samu disse, o mais importante é que a equipa esteja sempre competitiva em todos os jogos. Em torno do espírito que há no balneário, o Samu apanhou dois cartões amarelos por celebrar golos dos companheiros de equipa. Uma das vezes quase que discuti com ele por causa disso. O Samu é um bom exemplo dos jogadores que dão tudo pela equipa, que são exigentes e tentam ajudar. Se fechar os olhos, tenho em mente pelo menos três momentos em que o Rodrigo e o Gabri fizeram sprints de 50 metros para trás para auxiliar a equipa a recuperar.

— Nas próximas semanas, o FC Porto terá jogos da Liga Europa, Liga e taças. É um desafio para a sua equipa?

— É um desafio para todos os treinadores e jogadores de equipas grandes. Temos a possibilidade de jogar entre 30 a 32 jogos [na UEFA Europa League]. Temos de jogar a cada três dias para treinar, recuperar e procurar estar sempre bem. É nestes momentos que o treino invisível é super importante, como se preparam para os jogos, a dieta e como estão nas sessões da equipa técnica. Não há muitos segredos para chegar ao sucesso. Para mim, a chave para o sucesso é trabalhar sempre mais do que os outros.

— No último jogo da Liga francesa, o Marselha teve cinco oportunidades claras e marcou cinco golos ao Nice. Acha a defesa do Nice o ponto fraco do adversário, ou foi apenas dia mau?

— Agradeço a sua leitura mais aprofundada que vai além dos golos e do resultado e ao facto de ter visto que o Marselha teve inúmeras oportunidades de golo nesse jogo, mas a nós interessa-nos analisar o Nice, o nosso adversário, que tem jogadores com muita qualidade. Temos de estar preparados e criar o ambiente para uma grande noite no Estádio do Dragão.