«Recebi ameaças de morte»: Rooney lembra transferência para o Man. United

Wayne Rooney voltou a abrir o baú das memórias... e nem todas são agradáveis. No novo episódio de The Wayne Rooney Show, da BBC, o antigo internacional inglês revelou que recebeu ameaças de morte quando decidiu trocar o Everton, o clube da sua infância, pelo Manchester United, em 2004. A transferência, avaliada em 30 milhões de leuros, foi um ponto de viragem na sua carreira… e no seu quotidiano.

«Recebi ameaças de morte. A casa dos meus pais foi vandalizada e destruída. A casa da minha namorada na altura, agora minha mulher, também foi pintada com spray. Acho que aí é preciso ser mentalmente forte. As pessoas à tua volta têm de ajudar. Sair foi difícil porque fui para o Manchester United, e Liverpool e Manchester tinham uma grande rivalidade, por isso tornou tudo mais complicado», contou.

Ainda assim, Rooney nunca vacilou quanto ao passo que queria dar: «Mas eu sempre tive a mentalidade de ‘não quero saber’. Eu sabia o que queria e sabia como lá chegar. Tive de me manter forte mentalmente. Estas eram pessoas da minha cidade, por isso foi duro, mas pensei ‘não quero saber’, tens de ser egoísta e tomar estas decisões.»

O resto é história. Rooney esteve 13 épocas no United, onde se tornou uma das maiores figuras da história do clube. 559 jogos, 253 golos e 23 títulos depois, o avançado regressou... ao Everton, em 2017.

No mesmo programa, Rooney revelou também uma história inesperada da sua infância: trocava cartas com Duncan Ferguson, então avançado do Everton, enquanto este cumpria pena de prisão por agressão, em 1995.

«Eu era um miúdo que apoiava o Everton, por isso escrevia-lhe para a prisão, e ele escrevia de volta», explicou. «Era só eu a dizer-lhe o quanto o admirava. [Ele respondia] ‘obrigado, significa muito’. Obviamente, quando estás na prisão, aceitas qualquer coisa», lembrou.

Rooney tinha apenas 10 anos quando Ferguson cumpriu 44 dias de pena por ter dado uma cabeçada num jogador do Raith Rovers, ainda ao serviço do Rangers. Anos mais tarde, já integrado na equipa principal do Everton, o jovem prodígio passou a conviver diariamente com o ídolo de infância.

«Como eu era demasiado novo para conduzir, ele levava-me para casa depois dos treinos. A minha família toda era adepta do Everton, por isso o Duncan Ferguson levava-me para casa da minha mãe e o meu pai estava à janela a acenar. Foi surreal», continuou.

Rooney, que entrou na academia do Everton em 1996 e se estreou pela equipa principal aos 16 anos, partilhou balneário com Ferguson até rumar ao Manchester United.