Manchester United com lucro de 15,2 milhões depois dos cortes
O Manchester United anunciou lucros operacionais de 13,3 milhões de libras (15,2 milhões de euros) no primeiro trimestre da época 2025/2026, um sinal de que a reestruturação levada a cabo pela INEOS começa a ter impacto nas finanças do clube, defendeu Omar Berrada, diretor-executivo.
Apesar de uma quebra nas receitas comerciais, de transmissão e de bilheteira em Old Trafford, devido à ausência das competições europeias, os cortes de pessoal (incluindo a redução da massa salarial do plantel principal) e as medidas de redução de custos permitiram ao clube melhorar os resultados face ao mesmo período do ano passado, quando registou perdas de 7,9 milhões de euros.
«Estes robustos resultados financeiros refletem a resiliência do Manchester United, numa altura em que fazemos grandes progressos na transformação do clube», defendeu Berrada.
«As decisões difíceis que tomámos no último ano resultaram numa base de custos sustentavelmente mais baixa e numa organização mais ágil e eficaz, preparada para levar o clube a um melhor desempenho desportivo e comercial a longo prazo.»
Na época passada, o clube registou receitas recorde de 762 milhões de euros, mas ainda assim teve um prejuízo de 37,7 milhões. Para este ano, a estimativa aponta para receitas entre os 730 e os 745 milhões de euros.
Após um início de temporada irregular, o Manchester United de Ruben Amorim, que terminou no 15.º lugar no ano passado, ocupa atualmente a sexta posição na tabela, a oito pontos do líder Arsenal.
A dívida bruta do clube — que inclui a dívida histórica da aquisição alavancada por parte dos Glazer — atingiu um recorde de 855 milhões de euros a 30 de setembro, após o clube ter recorrido a 120 milhões da sua linha de crédito rotativo.
Embora não seja uma prática invulgar, a necessidade de recorrer a este tipo de empréstimos sublinha as dificuldades financeiras que ainda se sentem em Old Trafford, mesmo com a reestruturação da INEOS.
De facto, sem as vendas de jogadores — com a saída de Alejandro Garnacho para o Chelsea por 46,2 milhões de euros a ser fundamental —, o cenário financeiro seria muito diferente.
O período contabilístico em análise também foi marcado pela ausência de um patrocinador para os equipamentos de treino, após o fim do acordo com a Tezos. As negociações para encontrar um substituto continuam, mas as receitas de patrocínio caíram 9% como consequência. Por outro lado, os salários diminuíram 8%, graças a bónus mais baixos e a despedimentos.