Putin aceita proteções semelhantes às da NATO para a Ucrânia, diz enviado de Trump
Vladimir Putin, presidente da Rússia, concordou, na cimeira com Donald Trump, que Estados Unidos e Europa ofereçam à Ucrânia uma garantia de segurança semelhante ao mandato de defesa coletiva da NATO, como parte de um eventual acordo para pôr fim à guerra de três anos e meio, afirmou este domingo o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff.
«Conseguimos a seguinte concessão: que os Estados Unidos pudessem oferecer uma proteção semelhante ao Artigo 5.º, que é uma das verdadeiras razões pelas quais a Ucrânia quer entrar na NATO», disse Witkoff à CNN. Acrescentou que «foi a primeira vez que os russos concordaram com isso», considerou as concessões «revolucionárias» para o processo de paz.
O Artigo 5.º, no cerne da aliança militar de 32 membros, declara que um ataque armado contra um ou mais membros será considerado um ataque contra todos os membros.
Witkoff deu poucos detalhes sobre como funcionaria um eventual acordo, mas poderá servir como solução para a objeção de Putin à potencial adesão da Ucrânia à NATO.
Delineando alguns dos detalhes sobre as discussões privadas, Witkoff também disse que a Rússia concordou em promulgar uma lei que não iria «perseguir quaisquer outros países europeus e violar a sua soberania».
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa conferência de imprensa em Bruxelas com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, aplaudiu a iniciativa. «Saudamos a vontade do Presidente Trump de contribuir para garantias de segurança semelhantes ao Artigo 5.º para a Ucrânia», dizendo que a Europa está disposta a fazer a sua parte.
Zelenskyy agradeceu aos EUA pelos recentes sinais de que Washington estava disposto a apoiar tais garantias, mas admitiu que ainda havia muito por esclarecer: «É importante que a América concorde em trabalhar com a Europa para fornecer garantias de segurança à Ucrânia, mas não há detalhes sobre como funcionará e sobre o papel dos EUA e da Europa. Precisamos de segurança para funcionar na prática como o Artigo 5.º da NATO e consideramos a adesão à UE como parte das garantias de segurança.»
Zelenskyy e os líderes europeus, que ouviram Trump após a cimeira, têm agendado um encontro com o presidente norte-americano na Casa Branca, em Washington, esta segunda-feira.