Penálti por marcar e outros pecados: a análise de Pedro Henriques à arbitragem do FC Porto-Nice

22' Faltou cartão amarelo. Dante tem uma entrada fora de tempo, e com o seu pé esquerdo, de sola e com os pitons, acerta em cheio na perna/gémeo de Alan Varela. Uma entrada negligente passível de advertência. Decisão disciplinar errada.

39’ Sem penálti. Bola bombeada de longe, que acaba por bater no limite entre o ombro e o braço direito de Melvin Bard, que está de costas e não faz nenhum movimento deliberado e que em simultâneo está a ser carregado no lado esquerdo por Victor Froholdt.

45’ Foram dados quatro minutos extra, recuperação de tempo perdido, no primeiro tempo, em virtude da assistência com equipa médica no terreno de jogo a Alan Varela e também pelos dois golos.

53’ Cartão amarelo bem mostrado a Charles Vanhoutte, porque para além de rasteirar Alberto Costa ainda fez o seguinte: com a mão esquerda puxou a camisola e com a mão direita puxou o calção do defensor portista. Bem o árbitro na advertência.

56’ O lance que originou o pontapé de penálti a favor dos dragões, por falta de Dante sobre Samu, e que mereceu a intervenção do VAR e a ida do árbitro ao monitor, tem algumas nuances interessantes e de interpretação. A UEFA, em vários vídeos didáticos, mostra que quando um jogador que está na frente abre uma das pernas, afastada da bola, e a coloca à frente do seu adversário para desta forma provocar um eventual contacto, quando, por exemplo, esta dentro da área, não quer falta para penálti, pois considera que é o avançado que provoca o contacto. Neste caso concreto, Samu até abre a sua perna esquerda para a frente de Dante, perna essa que está afastada, e para o lado contrário da bola, mas o jogador francês, que está por trás, e que já vinha a tentar parar o avançado dos dragões, acaba mesmo por deslizar a sua perna e acertar e tocar e derrubar Samu. Sendo um lance de interpretação, para mim a intervenção do VAR foi correta e o penálti foi bem assinalado.

65’ Penálti por assinalar. Faltou VAR num lance que com acesso à repetição é muito claro e óbvio, pois Melvin Bard abriu a sua perna esquerda e com o pé pisou o peito do pé direito de Deniz Gul, tendo como consequência a sua queda e perda do controlo de bola.

77' Jan Bednarek viu bem o cartão amarelo por comportamento antidesportivo, pois quando Jonathan Clauss ia fazer o lançamento de linha lateral, mandou uma outra bola que estava fora das quatro linhas para o terreno de jogo, com a intenção de retardar o início do jogo. Faltou foi o cartão amarelo para o defesa francês, que com a bola nas mãos, pois ia fazer o lançamento, a mandou contra o corpo do central polaco dos dragões, tudo isto com o jogo interrompido.

78’ Advertência. Antoine Mendy vê cartão amarelo por comportamento antidesportivo, quando estava a ser agarrado. Para se desembaraçar, abriu o seu braço direito de forma deliberada e acertou com o cotovelo na cara de Borja Sainz. Foi bem sancionado disciplinarmente.

90’ Foram dados cinco minutos extra, recuperação de tempo perdido, numa segunda parte onde houve cinco paragens para substituições quando entraram nove jogadores, pela mostragem de três cartões amarelos, ainda dentro do tempo regulamentar, e pelo golo num penálti onde houve VAR e ida ao monitor.

90+3’ Borja Sainz viu bem o cartão amarelo por comportamento antidesportivo: tinha a bola nas mãos, quando o lançamento era para a equipa adversaria, simulou que a ia mandar contra o seu adversário e depois mandou-a para o chão. Tudo certo na advertência por esta atitude, só que o árbitro também deveria ter mostrado o cartão amarelo a Tiago Gouveia, que em resposta foi para cima do jogador portista com gestos e palavras incorretas.

NOTA DO ÁRBITRO — 5

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