«Pavlidis nem acreditava que tinha marcado três golos ao Barcelona»
Apostolos Mastranestis começou a treinar Pavlidis quando este tinha quatro anos e desde então acompanhou a carreira do grego, inclusive na sua chegada a Lisboa e ao Benfica, que recordou numa entrevista ao portal grego Reader.
«Estávamos em Salónica a preparar o verão. O diretor do Benfica veio falar connosco e, uma semana depois, vieram buscar-nos no avião privado da equipa. Foi a primeira vez que passámos por tudo isto. Fomos para a Luz, Rui Costa, o presidente do Benfica, estava lá à nossa espera. Pavlidis fez exames médicos e ficámos à espera da hora de assinar. Foi um momento muito feliz para Vangelis», contou o técnico, abordando depois a pressão que o jogador sentiu em Lisboa, em relação ao que experienciara nos Países Baixos.
«Em Portugal as coisas são diferentes, demorámos três, quatro meses a adaptar-nos. Como país, veem o futebol de forma diferente e os atletas, jovens e mais velhos, são treinados de forma diferente. Há geralmente a pressão de ganhar o campeonato. A equipa está noutro nível, o Benfica é um clube enorme», ditou, concluindo assim: «Nos Países Baixos há muito foco nas melhorias, em Portugal há uma obrigação no resultado. Não viemos para o Benfica para melhorar, mas para jogar e ganhar.»
O ‘hat trick’ com o Barcelona
Pavlidis precisou apenas de 28 minutos para marcar três golos ao Barcelona, no jogo da 7.ª jornada da fase de liga da UEFA Champions League. Algo inacreditável, até para o próprio, como conta Mastranestis.
«Ele também não acreditava naquilo. Estava muito feliz. Foram golos muito importantes e a confiança dele aumentou muito. Falámos depois do jogo e ele disse: 'Treinador, o que aconteceu, o que fizemos? É possível viver estas coisas?’ Foi um jogo muito importante para o seu psicológico.»
«Ele gosta de ver filmes infantis»
O treinador, que afirma que Pavlidis é como um filho para ele, revelou também a curiosa preparação que o grego faz antes de cada partida: «Ele gosta de ver filmes infantis, à noite ou antes dos jogos, isso relaxa-o. Ele é muito simples, nunca se viu como uma estrela.»
«Agora, no Benfica, percebo um pouco o que significa uma estrela, mas é claro que o Vangelis não vê as coisas dessa forma, não mudou nada. Quando ele vier para a Grécia, vamos fazer exatamente as mesmas coisas. Mas compreendo o que as pessoas podem estar a pensar. Para mim, ele é apenas Vangelis, para os outros é a estrela, o melhor avançado grego do momento», completou.