Froholdt não teve espaço para poder fazer as suas habituais correrias e acabou por ser uma das deceções do clássico do Dragão
Froholdt não teve espaço para poder fazer as suas habituais correrias e acabou por ser uma das deceções do clássico do Dragão - Foto: Miguel Lemos/Kapta+

O dia em que o dragão não conseguiu por fim furar o bloqueio (notas do FC Porto)

Azuis e brancos foram manietados taticamente por Mourinho, que conseguiu retirar centrais, laterais e ainda Varela do momento ofensivo, tornando a vida dos restantes muito complicada, uma vez que até Mora entrou tarde demais. Defensivamente seguros
A FIGURA DOS DRAGÕES: JAKUB KIWIOR (6)
É o mais esclarecido dos centrais com a bola nos pés e, num ou noutro momento, ainda descobriu Gabri Veiga ou Moura um pouco mais à frente, mas não as vezes necessárias - por culpa do bloqueio defensivo do 4x4x2 estreito colocado em campo pelas águias - que a equipa precisava para criar ataques em série. A exemplo do compatriota ao seu lado, também teve muito trabalho nos duelos aéreos com Vangelis Pavlidis, que foi perdendo e ganhando. Passou por enorme susto, aos 63 minutos, quando desviou um cabeceamento de Enzo, após um livre lateral, para a trave da sua própria baliza. No entanto, a compostura que até teve nesse e noutros momentos, como nas dobras junto à linha a Francisco Moura, fosse a Dedic ou a Lukebakio, foi sempre de central de nível superior.

DIOGO COSTA (6) — Primeira parte tranquila, mas atenta. Não só quando Sudakov apareceu entre os seus centrais pronto a provocar estragos, o que levou a sair com sucesso da sua área, porém ainda quando o ucraniano visou a baliza, na transformação de um livre direto. Nos segundos 45 minutos houve mais do mesmo. Ótimo, como é habitual, no controlo da profundidade e na distribuição, o que torna muito complicada qualquer tentativa de pressão alta.

ALBERTO (4) — Preso inicialmente na teia de Mourinho, que colocou Aursnes perto de si, quando se movia, como era habitual, para dentro, só se apresentou realmente ao jogo quando por aí conseguiu evoluir num ataque rápido aos 14 minutos. A partida nunca o libertou verdadeiramente para as suas acelerações, embora ainda tivesse esboçado uma ou outra junto à linha no segundo tempo, contudo, sem grande impacto.

BEDNAREK (6) — Preocupou-se com os duelos aéreos com Pavlidis, quando o grego e a bola caíam do seu lado, e às poucas incursões verticais de Sudakov. Com a bola, ficou amarrado pelo 4x4x2 estreito do Benfica, impossibilitado de ligar com os laterais ou com um Alan Varela absolutamente retirado do jogo. Viu amarelo aos 48 minutos, por falta dura sobre Lukebakio. A defender, esteve sempre ligado à corrente.

FRANCISCO MOURA (5) — Descoberto pelo toque de calcanhar de Sainz, esteve no momento de finalização que provoca a intervenção de recurso de Trubin, já no chão, com a perna. Na segunda parte, tentou carregar um pouco mais. Sem resultados efetivos.

VARELA (4) — Retirado do jogo no momento ofensivo pelo esquema encarnado, que bloqueou a ligação dos centrais para o argentino e para os laterais, foi aparecendo, sobretudo, na pressão sobre o portador e reação à perda. Noite de trabalho sem grande rasgo. Viu amarelo por falta sobre Sudakov.

FROHOLDT (4) — Sem espaço por onde correr, apareceu numa ou noutra vez em momentos de finalização, como quando incomodou Otamendi no alívio para o remate desastrado, por cima, de Pepê (34'). Procurou a direita para resgatar um pouco de espaço para si, mas também ai o metro quadrado estava caro. Vários furos abaixo do seu normal.

GABRI VEIGA (5) — Richard Ríos foi o seu polícia e apenas se libertou da vigilância do colombiano perto do intervalo: bola para Sainz, calcanhar para Moura, defesa de Trubin com a perna. Curiosamente, quando parecia estar mais proativo, indo às segundas bolas e recuperando alguns ressaltos, foi substituído por Farioli.

PEPÊ (4) — Muitas dificuldades para entrar no jogo, mantendo-se demasiado posicional e, com isso, muitas vezes inacessível. Quando conseguiu finalmente receber acelerou, mas começou a decidir e a definir invariavelmente mal. Aos 31 minutos, não conseguiu finalizar de cabeça e, aos 34, após um alívio deficitário de Otamendi atirou por cima. Pelo meio, fez falta sobre Sudakov, que originou falta perigosa, perto da sua área, para o Benfica. Foi dos primeiros a deixar o relvado, aos 61 minutos, e não se estranhou.

SAMU (4) — Bem no apoio frontal, com a primeira ação interessante aos 18 minutos, em que descobriu Froholdt na direita e Gabriel Vieiga foi, depois, bem contrariado (na finalização) por António Silva, e pouco mais. Absorvido fisicamente pelos dois centrais encarnados, sentiu inúmeras dificuldades técnicas no transporte e até no controlo da bola. Foi substituído sem grande surpresa por Denis Gul.

BORJA SAINZ (5) — Três ações que ficaram na retina: aos 42, abriu na direita, de calcanhar, em Moura; aos 49, perdeu o duelo com Dedic e obrigou Bednarek a fazer falta para amarelo, ao derrubar, Lukebakio; e já na compensação fixou o seu rival direto para abrir em Rodrigo Mora, que acertou na trave. Não foi um jogo entusiasmante por parte do espanhol.

WILLIAM GOMES (4) — Sempre irreverente, mais um remate com a sua imagem de marca, embora fora do alvo. Acabou por não desequilibrar.

PABLO ROSÁRIO (5) — É um jogador de luta e não de grandes floreados. Cumpriu.

DENIZ GUL (5) — Mexeu com o ataque, animando-o, mas não teve uma oportunidade para atirar à baliza. Continua a mostrar ser mais todo-o-terreno que Samu, mas vai ter de continuar a lutar.

RODRIGO MORA (6) — Entrou aos 90' (!). Um crime. Ia proferindo a sentença, mas acertou na trave. Ainda que pareça offside.