Não há guerreiro que trave o voo glorioso da águia (crónica)

12 jogos... 12 vitórias. É este o pecúlio do Benfica na atual edição do campeonato de futsal, sendo que o último capítulo desta história foi escrito na noite desta terça-feira, no Pavilhão Fidelidade, na Luz, com o triunfo (5-2) sobre o SC Braga.

O voo picado das águias começou a ser consumado aos 7 minutos, quando Arthur, na sequência de um ataque rápido, agradeceu o passe de André Coelho e abriu o ativo. Antes disso, refira-se, já Kutchy (1') e Silvestre Ferreira (5') tinham ameaçado a baliza bracarense.

Pouco depois de fazer o gosto ao pé, o camisola 10 dos encarnados tentou o bis, mas as intenções esbarraram no poste direito. Logo a seguir, Dudu brilhou a remate de Jacaré (8'). Nesta altura, o SC Braga ia espreitando as transições, mas sem nunca incomodar verdadeiramente Léo Gugiel.

Sentia-se que o segundo golo poderia aparecer a qualquer momento e Silvestre Ferreira só não colocou o seu nome na lista de marcadores porque a barra foi a sua principal inimiga. Quem faturou foi Jacaré, aos 14 minutos, isto depois de uma oferta generosa de Kutchy, de cabeça, após passe longo teleguiado de Léo Gugiel. Ato contínuo, os minhotos tentaram a reação, mas o guarda-redes dos atuais campeões negou o golo a Vitão por duas vezes na mesma jogada (16'). Em seguida, Willian Carioca ficou perto de reduzir a desvantagem, mas o dono da baliza encarnada voltou a opôr-se com mestria.

Não marcou o SC Braga... voltou a marcar o Benfica: Dudu perdeu a bola no meio-campo ofensivo (numa altura em que o guarda-redes dos arsenalistas estava em posse como jogador de campo), Silvestre Ferreira assistiu Arthur e o internacional brasileiro fez o 3-0 à beira do intervalo.

E se a primeira parte terminou bem para as águias, a segunda começou na mesma toada: cruzamento de Silvestre Ferreira e desvio oportuno de Jacaré para o quarto dos da casa. O jogo manteve-se sempre bastante intenso, os forasteiros nunca desistiram e Willian Carioca só não foi feliz porque o poste não deixou (23'). Pany Varela respondeu, mas Dudu voou.

Aos 26 minutos, Arthur viu o segundo cartão amarelo e foi, naturalmente, expulso, sendo que, segundos depois, e aproveitando a superioridade numérica, o SC Braga conseguiu reduzir, por intermédio de Tiago Brito. Os guerreiros poderiam ter encostado mais às águias, mas Vilian Sousa, de livre direto (na sequência da sexta falta cometida pelo Benfica), permitiu a defesa do jovem Diogo Carrera, que entrara, precisamente, para a referida bola parada. Vitão, aos 34 minutos, voltou a não ficar com saudades de Léo Gugiel (mais duas grandes intervenções no mesmo lance), mas no minuto seguinte Hugo Neves festejou: livre direto irrepreensivelmente cobrado pelo internacional português.

Cinco minutos no futsal, já se sabe, é muito tempo, e o 4-2 poderia deixar a dúvida no ar relativamente ao vencedor da partida. Os arsenalistas passaram a jogar com guarda-redes avançado, numa fase em que não tinham nada a perder, mas além de não conseguirem voltar a marcar ainda... sofreram. Tiago Brito fez penálti sobre Carlos Monteiro (lance que valeu o segundo amarelo e consequente expulsão ao capitão bracarense) e na transformação do castigo máximo Lúcio Rocha fechou as contas em 5-2.

O Benfica passa a somar 36 pontos, repondo a vantagem de 6 para o Sporting - vice-líder que ontem tinha goleado (8-2) o Torreense. Já o SC Braga continua com os mesmos 17 pontos com que entrara para esta ronda, estando no 6.º posto da tabela classificativa.