Mundial de andebol: «Cristiano Ronaldo é fenomenal»
— Foi nos pés que a bola começou, no futebol, certo?
— Sim, em Samora Correia, no clube local. Por acaso até foi nas escolinhas do Sporting que existiam lá, e depois no Grupo Desportivo de Samora Correia, que é a minha terra. A minha família joga quase toda andebol. O meu pai jogou, o meu tio, que me influenciou muito também, os meus primos jogam andebol e agora o meu irmão mais novo, que tem menos 10 anos do que eu, também. Por isso, naturalmente experimentei. Houve uma altura em que fazia as duas coisas, mas como tinha problemas de crescimento, sentia muitas dores quando jogava à bola dediquei-me apenas ao andebol.
— O andebol agradece essas dores…Jogava em que posição?
— Jogava em todas as posições, menos à baliza [risos]. Tanto jogava a central como podia jogar a ponta de lança, mas se pudesse escolher gostava de ser ponta de lança. Gostava muito de jogar futebol. Até começar a ser profissional, jogava sempre que podia!
Will the historic run of @AndebolPortugal at @ihfhandball 2025 continue?
— stregspiller (@stregspiller) January 27, 2025
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— Veio muito novo para o Sporting, era uma viagem longa...
— Ia e vinha todos os dias nos primeiros dois anos. Às vezes já nem tinha transportes, acabava em Vila Franca de Xira o autocarro e a minha mãe ia buscar-me às tantas da noite. Não era fácil. Quando fui para o 10.º ano, o Sporting arranjou uma casa para mim e outros jogadores. Passámos a fazer a vida em Lisboa e acabei o 12.º ano um bocado aos trambolhões [risos]. Se calhar devia ter-me focado mais, mas passei a dedicar-me exclusivamente ao andebol. Vivia em Lisboa, com pessoas da minha idade, sem a minha mãe por perto para me dar na cabeça para estudar…
— Nessa dedicação ao andebol há algum atleta referência?
— Sim, sempre fui fã do Karabatic, fez-me apaixonar pela modalidade. Se pensar no desporto em geral, a minha referência é o Cristiano Ronaldo. A mentalidade, a força que tem, a qualidade, o querer sempre ganhar…É um exemplo. Ele não pára e podia fazê-lo. Muitas vezes há pessoas a criticarem-no e ele sempre a querer mais, sempre a querer vencer. E ainda por cima ele chegou muito cedo ao topo e manteve-se lá até muito tarde. Isso é uma coisa que acontece uma vez em 50 milhões de pessoas, não é? A mentalidade dele é incrível, conseguiu fazer durante toda a sua carreira, mantendo-se sempre lá em cima. É fenomenal. É de uma pessoa que tem mentalidade e carisma acima de todos os outros.
— E fora do andebol, como são os dias?
- Calmos [risos]. Com a minha namorada, os meus amigos, a minha família. Às vezes a jogar playstation, a ver séries. Aproveito para estar com as pessoas que gosto sempre que posso.