Salvador Salvador fez 14 assistências no jogo com o Chile

Mundial Andebol: «A pressão é amiga do sucesso!»

Salvador Salvador está pela primeira vez num Campeonato do Mundo, mas o lateral do Sporting revelou uma maturidade tal que o selecionador nacional já disse que ele representa a «alma» da equipa

Chegou ao Sporting há 10 anos, de Samora Correia, rendido ao andebol porque crescia muito e tinha muitas dores para jogar futebol. Agora, com 1,98 metros, a modalidade e o clube de Alvalade agradecem. Aos 23 anos, a raça que coloca em cada jogada não o deixa passar despercebido no Campeonato do Mundo onde nunca tinha estado. Frente ao Chile fez 14 (!) assistências, mas já só pensa na Alemanha, o próximo adversário, quarta-feira, nos quartos de final.

O selecionador nacional disse que o Salvador era a «alma» da Seleção. como viu essas palavras?

— É muito gratificante, significa que o trabalho que estou a fazer está a ser bem feito. E que a minha maneira de estar dentro do campo agrada. Pelo menos ao selecionador [risos] E a mais algumas pessoas. Dá-me muita força para continuar.

—É a primeira vez que está no Mundial, como tem sido a experiência?

— Tem sido brutal, muito boa mesmo. As coisas têm-me corrido bem em termos individuais e,felizmente, tenho ajudado no contributo para o Mundial que Portugal está a fazer. É um orgulho enorme estar nesta página histórica do Mundial português.

— E o Mundial tem correspondido às expetativas ou está a superar?

— Diria que está a superar. Claramente. O grande objetivo de Portugal era atingir os quartos de final e, felizmente, já o alcançamos. Mas da maneira que o fizemos, da maneira que estamos a jogar, acho que é muito interessante, bom para nós e para o andebol português. Para mim também supera, em muito. Tenho jogado praticamente sempre e tenho ajudado a equipa em todas as vertentes do jogo.

— E, chegado aqui, tão perto, é difícil não pensar em medalhas?

- Não. Acho que temos de manter os pés bem assentes no chão, porque agora vem um jogo extremamente difícil, com uma seleção que tem uma enorme história no mundo do andebol e que, há seis meses, ganhou uma medalha olímpica, que é extremamente forte e competente.

— Toda a gente fala em evitar a Dinamarca, parece que a Alemanha é fácil, mas não é nada disso

— Exatamente! Fala-se muito em evitar a Dinamarca, mas a Alemanha tem igualmente uma equipa bastante forte e boa. Mas nós estamos concentrados nas nossas hipóteses, a estudar o adversário para que seja mais uma bela batalha e que dê para Portugal ganhar.

— De 0 a 100, qual é a percentagem de hipótese da Seleção?

- Não sou muito de percentagens [risos], sou mais de lutar lá dentro para que essas hipóteses aumentem. Por isso, não sei dizer um número, mas sei que vamos encarar este jogo como se fosse o último e estamos bastante ansiosos para jogá-lo. Vai ser duro.

— Grandes figuras, como o carismático guarda-redes, Wolff?

— Vai do primeiro ao último minuto. Não é um guarda-redes fácil de bater, é, atualmente um dos melhores, se não o melhor guarda-redes do mundo e há vários anos. Está completamente habituado a estes jogos, a estes palcos. Por isso, não vai ser pêra doce, mas estamos focados em trabalhar para que seja mais um jogo para a história do andebol português.

Salvador Salvador, jogador da Seleção Nacional de andebol, no Mundial 2025
Salvador Salvador, jogador da Seleção Nacional de andebol, no Mundial 2025

— A pressão não incomoda?

— Não. A pressão é amiga do sucesso. Quem tem sucesso tem de ter sempre a pressão para que isso aconteça. E por isso, conforme o tempo vai passando, apesar de eu ainda ser jovem e ter muito andebol para dar, espero eu, percebemos que a pressão vai ser sempre amiga do sucesso porque se queremos andar nestes palcos, a jogar ao mais alto nível, vai haver sempre pressão do nosso lado.