Mora na rota saudita, ameaça Casa Pia e diferenças entre Samu e De Jong: o que disse Farioli
— O Casa Pia fez uma grande temporada na época passada, alcançando tranquilamente a permanência. Que ameaças vê neste adversário?
— Mais do que escapar à descida de divisão, bateram o recorde de pontos e fizeram bons resultados contra equipas grandes. É uma equipa boa, com um bom treinador, que fez um trajeto fantástico. Oferecem-nos ameaças diferentes tendo em conta a maneira como jogam, os avançados mexem-se muito e encontram o espaço certo para causar danos. São muito fortes nas bolas paradas. A qualquer momento, podem criar dificuldades, por isso, temos de estar bem preparados.
— Pode dar-nos uma atualização do estado físico de Samu, se ele estará apto antes da trégua para as seleções? O Casa Pia é um adversário diferente dos outros dois que o FC Porto defrontou, pode haver uma mudança estratégica por parte da sua equipa?
— A situação do Samu continua a ser avaliada. É uma lesão significativa, mas ainda temos esperança que possa recuperar antes da paragem. É algo que tem de ser avaliado a cada dia e é difícil dar mais detalhes. Sobre o jogo e sobre possíveis estratégias, daquilo que vi no campeonato e na pré-temporada, o Casa Pia é uma equipa que sabe alterar os momentos do jogo. Às vezes defendem mais baixo, outras tentam pressionar mais alto e ser mais agressivos. Preparámos o jogo tendo em conta todos esses cenários. Depois, claro, é preciso ler os momentos do jogo. A importância das bolas paradas, claro que é uma situação em que também podem ser perigosos. Estamos preparados para tudo.
— De Jong está pronto para jogar os 90 minutos contra o Casa Pia?
— O Luuk jogou 70 minutos na semana passada em ótimo ritmo e acho que está cada vez mais preparado para jogar os 90 minutos. Na última temporada fez muitos jogos consecutivos. Por isso, acredito que está quase preparado para fazer 90.
Mora? No mercado, há coisas que podemos controlar e coisas que não podemos controlar
— Está preparado para perder o Rodrigo Mora?
— No mercado temos de estar sempre prontos para todos os cenários, mas têm de respeitar a minha decisão de não falar detalhadamente de quem está para chegar e pode eventualmente sair. Temos de ter respeito pelos jogadores de outras equipas, pelos nossos e pelo jogo de amanhã. No mercado, há coisas que podemos controlar e coisas que não podemos controlar. Não tenho de entrar em mais detalhes sobre isto. O que posso dizer sobre o Rodrigo é que está preparado para jogar amanhã.
— Sobre o De Jong quais as são as diferenças relativamente ao Samu?
— Boa pergunta. São dois avançados muito bons, com diferentes características. O Samu é mais de atacar o espaço, mais vertical. O Luuk é mais posicional, de ligar o jogo. Têm algumas diferenças, mas também algumas coisas em comum. Conforme as características, há ligeiras diferenças que temos de ajustar na forma como jogamos. Sabemos o que o Luuk nos traz, mas não vou revelar tudo na conferência.
— O árbitro do jogo com o Vitória de Guimarães recebeu nota insatisfatória do Conselho de Arbitragem da FPF. Qual é a sua opinião sobre esse tema das arbitragem e do nível dos árbitros em Portugal?
— Não sei se é uma pergunta ou uma afirmação... Tenho tanta coisa para fazer e tratar enquanto treinador e comentar sobre a arbitragem não é aquilo que devo fazer. Há pessoas na Federação que devem avaliar essas coisas. Tenho muito respeito por toda a gente, acho que é preciso garantir que a competição está no mais alto nível. Não tenho mais comentários a fazer sobre o tema.
— El Karouani do Utrecht foi apontado como reforço do FC Porto. É um jogador que conhece bem?
— El Karouani é um bom jogador, mas não é um alvo para nós.
— Há muito tempo que os adeptos não estavam tão ansiosos pelo próximo jogo. As expectativas estão altas, os adeptos gostam de ver a equipa jogar. Como lida com isso?
— É uma linha muito ténue. O entusiasmo é algo que temos de preencher, temos de meter lenha na fogueira. Se pensarmos de onde viemos, as emoções na equipa... isso mudou. E mudou com o trabalho árduo dos jogadores, mas também com a fé e crença dos adeptos. Desde a minha chegada, senti as boas-vindas de forma fantástica e um grande desejo de voltar a colocar o FC Porto onde merece. Amanhã vamos ter o estádio cheio outra vez, é uma notícia fantástica. Espero ter muitas mais conferências em que comente o facto de ter todos os bilhetes vendidos. Se os adeptos estão connosco é mais fácil fazer boas exibições, porque os jogadores sentem a paixão do Dragão. E se os jogadores estiverem a bom nível, isso ajuda a gerar um ambiente positivo no estádio e nos adeptos. É um casamento que tem de andar lado a lado. As expectativas são muito altas, a pressão tem de ser um privilégio quando jogas para ganhar todos os jogos. Isso requer muito, mas também dá muito. Cabe-nos lidar com esse desafio com responsabilidade e profissionalismo.