Miguel Oliveira terminou em 16.º a corrida ´sprint' do GP de Portugal. Foto André Carvalho/A BOLA
Miguel Oliveira terminou em 16.º a corrida ´sprint' do GP de Portugal. Foto André Carvalho/A BOLA

Miguel Oliveira: «É impossível não me emocionar»

Piloto português ficou em 16.º e queria oferecer um resultado melhor ao público português que continua a apoiá-lo no Autódromo Internacional do Algarve, no GP de Portugal, penúltima corrida do Mundial. Amanhã, promete tudo fazer para corresponder

Miguel Oliveira chegou à sala de imprensa acompanhado pela filha, Alice, ainda Álex Márquez não tinha saído do local. O espanhol que venceu a corrida ‘sprint’ tinha acabado de elogiar o português. «Aqui só estão os melhores, há muito talento, e, às vezes, tudo se decide nos detalhes. O Miguel teve azar, eu próprio já quase fiquei sem equipa», recordou o vice-campeão mundial.

Alice olhou para o pai e perguntou-lhe: «Ganhaste?» Miguel sorriu e apontou para o piloto da Gresini. «Não, foi ele». Márquez reagiu de imediato com um sorriso. «Não digas isso, ou vai ficar a odiar-me!». Ela olhou desconfiada, mas não disse mais nada, encaixando-se no colo do português da Prima Pramac que terminou em 16.º.

Antes das 12 voltas, porém, um momento que ficará na memória de muitos. Hervé Poncharal, o incontornável proprietário da equipa Tech3 - que alcançou as primeiras vitórias na categoria rainha com Miguel Oliveira – vai deixar a equipa que liderou desde 1990. O antigo piloto fez questão de ir ter com o piloto português à grelha, abraçou-o e deu-lhe um beijo emocionado.

Sem conseguir esconder a desilusão com o resultado, Miguel Oliveira confessou que não vai deixar de trabalhar.

«Tive de lutar mais do que esperava, é um daqueles fins de semana em que fazer o que sempre fizeste com a moto e nada funciona, por todos os esforços que faças parece que as coisas ainda saem pior. É um fim de semana estranho e nada daquilo que eu esperava poder fazer e mostrar frente ao meu público. Com uma visão realista para amanhã, ficarmos nos pontos será razoável», considerou o piloto de 30 anos.

«A corrida foi um bocadinho melhor do que a qualificação, mas a dificuldade continua  lá, a fraca aderência na parte traseira da moto, mas isso já sabíamos desde ontem e que seria difícil de resolver, por isso, agora temos de continuar com uma perspetiva positiva para amanhã. Acredito que, realisticamente, um bom resultado seria chegar dentro dos pontos. Vamos fazer de tudo para isso», prometeu.

Lá fora, os fãs esperavam para ver Miguel e pedir autógrafos e selfies.

«Tem sido um fim de semana muito emocionante neste aspeto. Tentei ficar à margem dessas emoções, mas é impossível não ficar emocionado, ficar indiferente ao carinho que as pessoas demonstram. Percebo que só por estar na grelha já estão comigo, e isso deixa-me com um sorriso na cara e dá-me força para tentar fazer melhor. Do ponto de vista desportivo, mesmo que não fosse o Grande Prémio de casa não estaria satisfeito com isto, mas o facto de estar em casa cria… Não quero usar a palavra desilusão, mas diria uma expetativa não correspondida. Temos o mind set correto para amanhã e com uma ajuda da moto, as coisas podem correr bem, ou pelo menos melhor», sustentou.

«Geralmente a corrida longa é mais complicada, mais exigente fisicamente, mas o objetivo é sair nos pontos. Mas, se não acontecer não acontece, a meta é sair daqui com a sensação de dever cumprido e isso nem sempre está dependente do resultado», rematou Oliveira.