Máscara caiu: Sidny Cabral vestiu a pele de... Santo (crónica)
O Halloween tinha sido comemorado na noite anterior, mas houve quem tivesse preferido festejar o Dia de Todos os Santos: Sidny Cabral.
O internacional por Cabo Verde deixou cair a máscara que o Estrela da Amadora tinha utilizado em todos os jogos fora de casa e foi o pároco do primeiro triunfo dos tricolores longe da Reboleira.
Olhando para o resultado final podia o estimado leitor pensar que o jogo era referente ao campeonato nacional de hóquei patins ou de futsal. Não foi. Foi mesmo de futebol. E do bom. Aliás, do melhor que se tem visto nesta Liga. Desde logo, claro, porque foi o duelo que mais golos teve até ao momento.
Mas também porque houve qualidade de parte a parte. E só não tivemos mais dois tentos devido à intervenção do VAR em lances que Kikas e Cassiano tinham introduzido a bola nas balizas contrárias: o português do Estrela da Amadora estava em fora de jogo (23'), o brasileiro do Casa Pia deu dois toques no esférico na marcação de um livre direto (90+7').
O dérbi lisboeta (ainda que em solo ribatejano) começou pintado de preto: Cassiano, no coração da área, deu o melhor seguimento a um cruzamento com conta, peso e medida de Kelian Nsona e colocou os gansos em vantagem.
Mas a festa casapiana durou apenas dois minutos: Kikas queria muito marcar e teve cabeça para responder à assistência de Abraham Marcus. Os estrelistas não estavam satisfeitos com o empate e ainda antes do intervalo deram a cambalhota no marcador. Iyad Mohamed derrubou Sidny Cabral no interior da área e o camisola 55 dava início a um jogo para recordar para a eternidade: chamado à conversão do penálti, o cabo-verdiano consumou a reviravolta.
Iyad Mohamed redimiu-se logo após o reatamento, devolvendo a igualdade aos da casa, mas os da Reboleira voltaram à carga.
Sidny Cabral voltou a não perdoar da marca dos 11 metros (o próprio fora derrubado por Patrick Sequeira), e Paulo Moreira também fez o gosto ao pé.
E Sidny Cabral, não satisfeito, ainda fez o quinto, com um golaço para ver e rever. José Fonte apenas atenuou a tremenda angústia dos gansos.
João Nuno já sabe o que é ganhar ao leme do Estrela, o Casa Pia de João Pereira prolongou o jejum caseiro na presente temporada.
E se a descer todos os santos ajudam, Sidny Cabral deu aos tricolores um rumo diferente: o da subida... classificativa. Bela missa!
As notas dos jogadores do Casa Pia:
Patrick Sequeira (4), Kaique Rocha (4), José Fonte (5), David Sousa (4), Larrazabal (4), Renato Nhaga (4), Iyad Mohamed (5), André Geraldes (4), Jérémy Livolant (4), Cassiano (6), Kelian Nsona (5), Dailon Livramento (5), Xander Severina (5), Seba Pérez (-), Miguel Sousa (-) e Fahem Benaissa (-).
As notas dos jogadores do Estrela da Amadora:
Renan Ribeiro (5), Luan Patrick (5), Atanas Chernev (5), Otávio (5), Jefferson Encada (5), Oumar Ngom (6), Paulo Moreira (7), Sidny Cabral (8), Abraham Marcus (7), Kikas (7), Jorge Meireles (5), Guilherme Montóia (5), Jovane Cabral (5), Rodrigo Pinho (5), Robinho (-) e Alex Sola (-).
Reação dos treinadores:
João Pereira (Casa Pia)
O primeiro responsável sou eu. Nenhum treinador resolve nada sozinho. Eu sinto-me capaz e, como tal, parte da solução. Foi um dia mau. Resultado justo, mas avolumado. O Estrela da Amadora foi mais competente. Acredito que o Casa Pia vai fazer uma grande época. As contas fazem-se no fim e não na 10.ª jornada.
João Nuno (Estrela da Amadora)
Parabéns aos jogadores por acreditarem no que estamos a fazer. Vínhamos de três derrotas e a equipa deu grande resposta. Estou muito feliz. Estivemos a perder, demos a volta antes do intervalo, e logo depois do descanso sofremos o empate. A equipa reagiu bem e fizemos mais três golos. Foi uma vitória inteiramente justa.