Belo espetáculo no dérbi minhoto que terminou com um empate a duas bolas. Foto: Manuel Fernando Araújo/LUSA
Belo espetáculo no dérbi minhoto que terminou com um empate a duas bolas. Foto: Manuel Fernando Araújo/LUSA

Mas que belo dérbi minhoto de sábado à tarde (crónica)

Os praticamente dois mil adeptos foram presenteados com um excelente espetáculo de futebol; igualdade a duas bolas deixa tudo na mesma na classificação, com os famalicenses com mais um ponto do que os cónegos

Nem a chuva estragou o espetáculo do dérbi minhoto entre Moreirense e Famalicão que terminou com um empate a duas bolas, numa partida em que o entretenimento reinou.

A primeira ameaça foi dos homens da casa, com uma saída rápida para o ataque, na qual Diogo Travassos serviu Benny, mas o remate de pé esquerdo saiu à figura de Carevic. Mas os forasteiros estavam por cima do encontro e chegaram, com naturalidade, à vantagem com um golo de cabeça de Zabiri que correspondeu da melhor forma a um excelente cruzamento de Gil Dias.

Os cónegos continuaram demasiado amorfos e o Famalicão foi aproveitando, tendo ficado perto do segundo aos 31 minutos. Um passe longo de Justin de Haas encontrou o avançado marroquino que teve uma receção espetacular e rematou de pronto, com o pé esquerdo, para uma boa estirada de André Ferreira. Pouco depois, nova tentativa com Gustavo Sá a rematar ao lado.

O Moreirense ficou perto do golo ao minuto 38, numa jogada em que saiu bem pelo flanco esquerdo, a bola acabou nos pés de Dinis Pinto, em zona central, que tentou a sua sorte, o remate foi prensado e quase enganou o guardião dos famalicenses que teve de se esticar para evitar um dissabor. Já no período de compensação do primeiro tempo, Schettine quase fez o empate, com um bom cabeceamento a cruzamento de Francisco Domingues, porém foi negado por Carevic.

No reatamento, Vasco Botelho da Costa alterou e colheu os frutos de imediato com o golo do empate. Pedro Bondo facilitou e deixou Benny roubar-lhe a bola que cruzou tenso para a entrada de rompante de Schettine que igualou a partida a uma bola.

De um livre lateral nasceu o segundo para os forasteiros com o capitão a faturar, sendo o mais esclarecido dentro da área contrária, após alguma confusão. O terceiro esteve perto, logo a seguir, mas Mathias de Amorim e Sorriso, no mesmo lance, encontraram a muralha André Ferreira pela frente, tal como Gil Dias aos 71’.

Vasco Sousa, ao minuto 76, surgiu em boa posição e teve tudo para fazer o empate, mas Carevic assumiu o papel de herói com uma enorme defesa. No entanto, o dois igual apareceu mesmo por Dinis Pinto, após um livre lateral, com o defesa a cabecear com subtileza para agarrar o ponto.

Perto dos 90’, Maracás viu o segundo amarelo e foi expulso, porém a igualdade manteve-se e continua tudo na mesma na classificação, com o Famalicão a ter mais um ponto que os cónegos.

Melhor em campo: Gustavo Sá (nota 7)
O médio português realizou uma exibição de encher o olho, com pormenores que fazem a diferença e foi aparecendo com frequência em zonas de finalização. O jogador, de 21 anos, marcou mesmo e ainda teve algumas oportunidades para fazer mais golos, com remates perigosos, mas que foram encontrando as pernas dos defesas contrários ou as belas estiradas de André Ferreira.

As notas dos jogadores do Famalicão: Lazar Carevic (5), Rodrigo Pinheiro (5), Ibrahima Ba (5), Justin de Haas (5), Pedro Bondo (4), Tom van de Looi (5), Mathias de Amorim (6), Gil Dias (5), Gustavo Sá (7), Sorriso (5), Zabiri (7), Simon Elisor (5) e Joujou (-).

A figura: Dinis Pinto (nota 7)
O lateral-direito foi utilizado numa dupla função, pois na saída de bola subia para uma posição mais central, de forma a ser solicitado para conduzir os ataques organizados. Na sua missão defensiva esteve concentrado e eficaz, sendo que no ataque teve um remate perigoso e ainda apontou o tento do empate, com um desvio de cabeça muito bem executado que só parou no fundo das redes.

As notas dos jogadores do Moreirense: André Ferreira (5), Dinis Pinto (7), Marcelo (4), Maracás (5), Francisco Domingues (5), Stjepanovic (5), Benny (6), Alan (5), Diogo Travassos (5), Guilherme Schettine (6), Landerson (5), Kiko Bondoso (5), Michel (5), Vasco Sousa (5), Luís Hemir (5) e Afonso Assis (-).

Hugo Oliveira

Um sabor é amargo, principalmente porque os nossos adeptos que estiveram à chuva mereciam ir para casa com um sorriso bem mais alargado. Uma primeira muito boa, fizemos o golo e podíamos ter feito mais. No início da segunda sofremos, mas voltamos a ser valentes e chegamos ao golo. Um bom espetáculo de futebol. Merecíamos sair com os três pontos.

Vasco Botelho da Costa

Se contabilizarmos as oportunidades nas duas balizas, foi um bom jogo, bom de se ver. Mas nos índices competitivos estivemos sempre um pouco atrás. A nossa primeira parte ficou muito aquém, fomos desorganizados, principalmente na pressão. Na segunda parte seguimos melhor o nosso plano de jogo e tivemos aproximações no último terço com muita qualidade.