Lage sabe o que tem à espera no Benfica
Num arranque de época diferente dos outros, depois da participação no Mundial de Clubes dos Estados Unidos e, consequência disso, poucos dias de férias para os jogadores e sem tempo para a realização de uma pré-época digna do nome, a equipa do Benfica conseguiu todos os objetivos a que se propôs nesta fase: conquistou a Supertaça, com uma vitória por 1-0 no primeiro duelo de 2025/26 com o Sporting, garantiu a qualificação para a fase de liga da UEFA Champions League, eliminando o Nice na pré-eliminatória (2-0/2-0) e o Fenerbahçe no play-off (0-0/1-0), e venceu os três jogos que teve no campeonato, frente a Estrela da Amadora (1-0), Tondela (3-0) e Alverca (2-1).
No total, marcou 12 golos e sofreu apenas um, registo que também é importante sublinhar.
E tudo isto foi alcançado também em andamento num carrossel de saídas e sobretudo entradas de jogadores no plantel, contexto que, não sendo exclusivo do Benfica, foi muito visível nas águias.
Bruno Lage, o treinador da equipa, alertou várias vezes para o início de temporada atípico e esclareceu os adeptos sobre a necessidade de pragmatismo, confessando que nesta altura preferia claramente jogar mal e vencer do que fazer uma grande exibição e sair com um mau resultado. A posição parece-me a mais certa, mas tem prazo, como Bruno Lage saberá.
O próprio técnico, desde que voltou ao Benfica, em setembro do ano passado, disse estar muito consciente de que há obrigatoriedade de conquistar títulos e de saber bem o tipo de futebol de que gostam os benfiquistas. Claramente, em 2025/26, será preciso mais conquistas do que na época passada — vencer o campeonato é, naturalmente, o prémio mais ambicionado —, e uma equipa a jogar um melhor futebol do que mostrou nos primeiros jogos desta época, sobretudo na Liga, onde, por exemplo, a equipa sofreu bastante para vencer o E. Amadora e terminou o desafio frente ao Alverca com vários arrepios.
Pela forma como lidaram com as dificuldades, Bruno Lage e a equipa ganharam crédito para seguir caminho, mas a responsabilidade, ou a pressão, mais ainda do que na época passada, espera por eles não muito lá à frente.
Por muito que digam, ou acreditem, que o balneário está blindado, será impossível não sentir as ondas de choque das eleições para os órgãos sociais marcadas para 25 de outubro.
E Lage recebeu neste mercado de verão vários nomes importantes, como Richard Ríos, Ivanovic, Sudakov ou Lukebakio, e outros que surpreenderam pela positiva, como Barrenechea e Dedic, que elevam consideravelmente a expetativa dos adeptos e à partida lhe dão um grupo mais forte para ser um candidato melhor apetrechado.
Os principais adversários também se reforçaram e dão sinais de saúde, mas isso, nas contas finais e dos adeptos, não contará para nada.