Itália vence Israel em jogo com nove golos e marcado por protestos

«Itália teve a má sorte de calhar no mesmo grupo de Israel. Dói-me ver as cenas de guerra e sofrimento de civis e crianças. Estão a acontecer coisas horríveis e é doloroso ver e ouvir aquilo que está a acontecer».

Com o cenário que todos os dias é transmitido do que está a acontecer na Faixa de Gaza, um jogo de futebol que envolvesse Israel nunca se poderia resumir a futebol. E Gennaro Gattuso, selecionador italiano, também nunca foi conhecido por deixar coisas por dizer. Por isso, na antevisão ao jogo da quarta jornada do Grupo I de apuramento para o Mundial, que teve de se realizar na Hungria devido à situação no Médio Oriente, o técnico classificou como «má sorte» o facto de ter de defrontar Israel.

Pressionada por precisar de ganhar para manter intactas as aspirações de apuramento, a Itália também teve azar logo nos primeiros minutos, quando Locatelli fez um autogolo que deu vantagem a Israel.

Moise Kean fez o empate aos 40’ e bisou aos 54’, dois minutos depois de Peretz ter devolvido a vantagem aos israelitas. Num jogo de loucos que se manteria assim até ao final, Retegui somou a terceira assistência no jogo aos 59’ para Politano colocar os italianos na frente pela primeira vez.

Aos 81’, quando Raspadori fez o 4-2, poucos imaginavam o que viria depois… a má sorte, outra vez. Desta feita, foi Bastoni que marcou outro autogolo e devolveu a esperança a Israel, aos 87’. Ainda mal refeitos desse golo, aos 90’, os italianos viram Peretz bisar para desespero de Gattuso no banco. Nessa altura, com sete minutos de compensação, já ninguém arriscava apostar num resultado, mas logo aos 90+1 Tonali fez um cruzamento-remate da esquerda, ninguém tocou na bola e ela entrou pela quinta vez na baliza israelita, fixando o resultado em 5-4.

Mal soou o apito final, os jogadores das duas seleções envolveram-se em empurrões e trocas de palavras, num jogo que começara com os adeptos italianos a virar as costas ao hino israelita e a mostrar a palavra STOP.

E isso não se pode justificar com «má sorte».