SAD do Famalicão, presidida por Miguel Ribeiro, tem gerado bastante lucro na venda de jogadores
Miguel Ribeiro tem catapultado a SAD do emblema minhoto para elevados patamares financeiros. (Foto: Famalicão)

«Investimento do Famalicão nos sub-23 está maior do que na equipa A»

Miguel Ribeiro, Presidente da SAD dos famalicenses, fez uma análise do mercado e também dos objetivos desportivos para a nova temporada, lamentando ainda a grave lesão de Aranda

Miguel Ribeiro, presidente da SAD do Famalicão, esteve em conversa à Sport TV e, antes do arranque oficial da temporada, começou por falar sobre os objetivos desportivos do clube para esta temporada, procurando fazer melhor do que na anterior, mas sem a pressão de chegar obrigatoriamente pela primeira vez às competições europeias.

«Sim, essa é a ideia, fazer melhor. Temos tido aqui alguma regularidade do ponto de vista classificativo. Ficámos três vezes em oitavo, uma vez em nono, uma vez em sexto, ou seja, há aqui um padrão de performance na primeira fase da tabela. Isso é óbvio que é o objetivo mínimo. Alcançado esse objetivo, naturalmente, melhorá-lo. Mais do que pressões, frustrações, porque até hoje o Famalicão não tem a mínima frustração com a performance que fez, não tem a mínima frustração em olhar e dizer que durante estas cinco, seis épocas ficou na primeira metade da tabela, não tendo atingido competições europeias», disse, lembrando o percurso da equipa ao longo dos anos, desde de que chegou ao primeiro escalão.

«A frustração é zero. Há um absoluto grau de satisfação sobre o crescimento, porque é um crescimento muito, muito consolidado, é um crescimento que tem potenciado os jogadores, mas também tem fixado os jogadores. Recordo que na primeira época era uma equipa que tinha no seu onze inicial três ou quatro jogadores nossos e seis ou sete jogadores emprestados. Depois entramos num período de covid em que tivemos duas épocas verdadeiramente de turbulência, muita dificuldade de acesso a mercado, mas principalmente porque na primeira época tínhamos muitos jogadores emprestados. Hoje o processo solidificou e cresceu, temos cerca de 18 ou 19 jogadores hoje no plantel, talvez todos com contrato, uns mais curtos, outros mais longos. Temos apostas muito claras, temos sempre fornecido um mercado com qualidade. Por isso estamos absolutamente satisfeitos com o caminho, mas sendo certo que há sempre de melhorar. Este ano é conseguir manter muitos jogadores que já vinham da época passada, até agora cinco reforços, ainda estamos a mais de um mês do final do mercado natural que ainda venha mais um ou outro jogador, mas sem nenhuma revolução», explicou, enumerando alguns reforços recentes.

«Fizemos alguns investimentos este verão, investimentos em jogadores que se calhar olham e podem não ter aquele aspeto ou aquele jogador que terá impacto no onze inicial, mas o Umar foi um investimento que fizemos. Comprámos o Sorriso, já compramos o Realpe, até agora já gastamos cerca de 5 milhões de euros no mercado. Olharmos para isto e se calhar não estamos a falar de um impacto direto hoje no onze, agora temos um caminho desde janeiro passado. O Simon Elisor, o Otar, o Pedro Bondo, jogadores que investimos que agora já têm 6 meses de casa e vão ter agora uma época completa. O Mathias de Amorim que teve uma época apenas connosco, o Tom van de Looi, ou seja, são jogadores que naturalmente vão começar a ficar jogadores padrão do Famalicão. E depois acredito que com o que o treinador está a fazer e com o jogo que ele está a desenvolver, uma das ideias que o desafiámos desde o início era termos claramente um jogo definido que nos permita até do ponto de vista de recrutamento estar muito mais assertivos no jogador a buscar», afirmou, enaltecendo a importância dos sub-23.

«Também estamos a olhar muito para a segunda equipa numa perspetiva de hoje, nos sub-23 do Famalicão, haver um investimento muito claro de jogadores que possam saltar ou na próxima época ou na seguinte para a equipa A. Por isso, quando chegarmos a 31 de agosto e fizermos o apanhado da equipa A e da equipa B, se calhar vamos perceber que o investimento na equipa B está maior ou foi maior do que o da equipa A para preparar os jogadores», atirou, lamentando a lesão grave de Aranda.

«Terrível. Nós perdemos um jogador para o hospital, porque se perdêssemos o Aranda para o mercado, o Famalicão hoje se calhar teria um encaixe de 7 milhões e meio, que é a cláusula de rescisão do Aranda, e era a nossa expectativa. Ou se ficássemos com o Aranda dentro de portas íamos ter um jogador que de facto é diferenciado. Substituir 12 ou 13 golos não é fácil, nomeadamente num ala. Ainda estamos em pré-temporada a sentir isso, estamos há uma semana sem ele e sentimos que a equipa se está a habituar a uma nova realidade sem ter o Óscar Aranda, mas isso faz parte do futebol. O primeiro lamento é pelo Óscar Aranda, porque pela idade, pela qualidade, tenho a certeza absoluta que vai chegar ainda mais forte. No entanto, não deixa de ser uma pancada muito grande num jogador jovem, que fez a época que fez, e ver-se numa cama de hospital e numa recuperação que será longa, e que será uma recuperação sempre até do ponto de vista emocional muito desafiante. Substituí-lo não é carregar no botão, porque substituir um jogador como o Óscar Aranda, quando é, acho que unânime e pacífico dos nossos melhores jogadores, é duro, mas principalmente é duro quando o perdemos para uma lesão, e isso é verdadeiramente duro, é verdadeiramente perturbador, e dificilmente nesta pré-temporada teremos um episódio tão negativo como ter perdido o Óscar Aranda», garantiu, olhando para as melhores vendas do passado, mas com foco no futuro.

«Já o disse várias vezes, há 5 anos, há 4 anos, há 3 anos, há 2 anos, o ano passado e vou repeti-lo… os jogadores do Famalicão têm muita qualidade. E como os jogadores do Famalicão têm muita qualidade, os clubes que contratam no Famalicão sabem que contratam qualidade. O AZ Alkmaar soube que contratou o Penetra, que hoje é um capitão, o Sporting contratou o Pedro Gonçalves, que acho que dispensa apresentações, o Ugarte, o Otávio, o Luis Júnior, guarda-redes titular do Villarreal. E quando nós vendemos, com a certeza absoluta da qualidade que vendemos, reservamos sempre uma percentagem do passe, mesmo que esta percentagem do passe represente uma receita menor, ao início. E porque verdadeiramente acreditamos na qualidade dos jogadores do Famalicão. Eu não tenho a mínima dúvida que o Gustavo Sá, o Mathias de Amorim, o Simon Elisor, o Léo Realpe, o Ba, o Rodrigo Pinheiro, e passávamos aqui muito tempo a falar sobre isso, são jogadores que jogam no Famalicão bem, mas vão jogar bem num nível acima, e num nível acima vão continuar a ser jogadores importantes», finalizou.

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