Gullit questiona estatuto de Depay: «Se queres ser realmente grande...»

Memphis Depay tornou-se no melhor marcador de todos os tempos da seleção neerlandesa — fez o 52.º golo internacional no domingo, contra a Lituânia —, deixando Robin van Persie definitivamente para trás, mas, segundo Ruud Gullit, isso não faz do extremo automaticamente um dos maiores.

No pouco brilhante jogo contra a Lituânia, Memphis Depay foi, na verdade, o único ponto de luz. Houve dificuldades notórias contra o 134.º classificado do ranking FIFA, mas o atacante resolveu com dois golos para a história, embora não se tenha livrado das críticas.

«É uma conquista icónica, não quero negar isso», afirmou o antigo capitão da seleção neerlandesa, no programa Rondo, da Ziggo Sport, acrescentando: «Mas se queres ser realmente grande, tens de marcar golos decisivos num grande torneio.»

E deu como exemplos Marco van Basten e Wesley Sneijder. «Eles marcaram em momentos que realmente importavam. Van Persie, Robben, Sneijder – é disso que as pessoas se lembram. Isso constrói o teu legado», sublinhou.

Memphis marcou até agora seis golos em fases finais de torneios: três em Campeonatos da Europa e três em Campeonatos do Mundo. No entanto, esses golos, com exceção de um contra os Estados Unidos em 2022, foram todos na fase de grupos. Falta, portanto, um momento verdadeiramente icónico de Memphis.

Já Sneijder quis, acima de tudo, expressar a sua admiração: «É super impressionante o que ele fez. Foi muitas vezes dado como acabado e voltou sempre. O facto de ser agora o melhor marcador de todos os tempos merece muito respeito.»

Além disso, Memphis estabeleceu mais um recorde. Com a sua assistência para o golo de Denzel Dumfries, que valeu o 1-0 contra a Polónia, soma agora 33 assistências, o mesmo número de Sneijder. «Nem sabia que tinha esse recorde», riu o antigo internacional. «Felicitei o Memphis e ele respondeu imediatamente. O Memphis também é isso: um rapaz com um bom coração.»