Livakovic ainda não somou qualquer partida ao serviço do Girona, por empréstimo do Fenerbahçe
Livakovic ainda não somou qualquer partida ao serviço do Girona, por empréstimo do Fenerbahçe - Foto: IMAGO

Guarda-redes do Girona recusa-se a jogar para... estar no Mundial 2026

Livakovic está emprestado pelo Fenerbahçe aos espanhóis, mas é suplente e tem o objetivo de ser o titular pela Croácia na grande competição

É uma situação caricata. Dominik Livakovic começou a temporada ao serviço do Fenerbahçe, na altura de José Mourinho, e até foi titular na baliza frente ao Benfica no Estádio da Luz, jogo que resultou na eliminação da UEFA Champions League (0-1), mas só representou os turcos mais uma vez, porque chegou um grande reforço de verão, Ederson.

Assim, o croata, ao perceber que ia ter tempo de jogo limitado e numa temporada de Campeonato do Mundo, pediu a saída e foi emprestado ao Girona, até ao final de 2025/26. No entanto, em Espanha encontrou Gazzaniga e não lhe conseguiu roubar o lugar entre os postes. Aliás, ainda nem se estreou, mas isso já não foi culpa do treinador, que queria utilizá-lo na Taça do Rei.

Míchel explicou que o guarda-redes se recusa a jogar e recordou a primeira conversa entre os dois. «Não são decisões técnicas e essa é a realidade. As minhas portas estão sempre abertas. Livakovic chegou e a primeira coisa que fiz foi falar com ele. Mostrei-lhe um vídeo e conversamos sobre as sensações técnicas, táticas, físicas e mentais que preciso de um guarda-redes no ataque e na defesa. E, o mais importante, que estávamos em competição e que havia um processo, sem saber nem mesmo o idioma. Já sabíamos que Gazzaniga tinha falhado, mas Livakovic tinha de competir pela posição», começou por dizer, em conferência de imprensa.

O técnico espanhol revelou o motivo pelo qual Livakovic não quer representar o Girona antes de sair em janeiro e é por causa de uma regra: se o jogador representar dois clubes na mesma temporada, não pode jogar por um terceiro. Por isso, Livakovic não se quer estrear para poder mudar novamente de clube no mercado de inverno e ter possibilidades de ser o principal guarda-redes no Mundial 2026 pela Croácia.

«É um guarda-redes muito bom, mas precisa de um processo para compreender o jogo, a língua e a forma de jogar. Quando o processo começa durante a época, é difícil, porque perdemos 0-4 contra o Levante e ele não estava preparado para jogar, embora as pessoas pensassem que sim. Naquele dia, ele falou comigo e é um tipo espetacular, mas tem um calendário com objetivos diferentes dos objetivos do Girona. Isto é um assunto privado, mas falo porque os adeptos precisam de saber. Ele precisa de jogar para o Mundial, não para o Girona, e ele disse-me isso. Ele é sincero e eu também. É assim. Naquele momento, ele disse-me que não queria estar aqui e não queria jogar porque, para sair, não pode jogar no Girona», revelou Míchel Sánchez, afirmando que o quis lançar no onze várias vezes.

«A Taça não é uma decisão técnica. Eu queria que ele jogasse e ele disse que não. É a verdade. Sempre falei com naturalidade. Não gosto de falar sobre conversas privadas com um jogador, mas às vezes é uma chatice. Só tenho um guarda-redes disponível. Gazzaniga jogou na Taça com 38 graus de febre. Doente, com gripe. E toda a gente cala-se. Eu aguento, não faz mal. Isto foi há três meses. Tivemos mais duas conversas e sempre tive a mesma resposta: quero sair. E se amanhã o Gazzaniga tiver um problema ou for expulso, o que acontecerá? Eu quero que o Livakovic jogue. Espero que isso não aconteça, para o bem de todos nós. É assim», atirou, lamentando o facto de só ter um guarda-redes.

«Espero que encontremos uma solução no mercado de inverno. Virá ou não virá um guarda-redes ou ele ficará. Não sei o que vai acontecer. Até ao mercado de inverno temos um problema e não há nada a dizer. Pode ser que com Livakovic a 100% jogue Gazzaniga, mas nunca tive esse dilema. E Krapyvtsov está lesionado. Não gosto de falar sobre isto, mas às vezes é preciso sujar as mãos. É assim», acrescentou, garantindo que não teve escolha se não revelar esta situação aos adeptos.

«Já disse que o Livakovic foi muito sincero comigo, mas eu pedi-lhe paciência e ele não a teve porque os objetivos de um e de outro não estavam alinhados e não chegámos a um acordo. Depois de tudo isso, eu disse a ele que, para mim, ele não era mais um problema, porque eu não precisava mais decidir. E ele também tinha isso claro. Quando duas pessoas têm as coisas claras, o problema se resolve. Foi uma conversa privada e não gosto de falar sobre isso. Não defendo a minha posição, mas sim o guarda-redes que está aqui há anos fazendo as coisas pelo bem do Girona», finalizou.