«Gostariam de o ter visto na equipa principal do Estoril»
O embate deste domingo entre Estoril e Moreirense teve muitos golos, emoção, um empate e um regresso a casa que não deixou ninguém indiferente: Vasco Botelho da Costa, treinador dos cónegos, defrontou pela primeira vez o clube das suas origens – é natural de Cascais - que representou por quatro temporadas e no qual se notabilizou.
Durante esse período no qual Vasco Botelho da Costa trabalhou no comando técnico dos sub-23 dos canarinhos com Manuel Feist era team manager da equipa principal dos canarinhos. Atualmente a trabalhar como diretor desportivo adjunto do Palermo, de Itália, emblema sob a alçada do grupo City, o dirigente de 34 anos assistiu com alegria ao retorno ao Estoril – ainda que como adversário – de um dos seus amigos de infância. «Foi super bem recebido porque deixou boa impressão, bom trabalho feito e também há muita gente que gosta dele», constatou Manuel Feist a A BOLA.
«O Estoril é um clube um bocadinho à parte no sentido em que acho que não tem nenhum inimigo e como trata os Marcos Silva da vida, os treinadores que passaram pela casa. Se calhar, o Marco Silva é um caso à parte e o Vasco é uma pessoa que, exatamente por essa cultura que ele tem, de gostar de cultivar relações no clube, toda a gente gosta dele. E eu sei que ele também gosta muito do Estoril e portanto acho que foi muito recíproco, foi bom», comentou.
O antigo dirigente dos canarinhos confidencia que, que pelo percurso que Botelho da Costa realizou, com a conquista de duas Ligas Revelação e outras tantas Taças Revelação, no clube da Linha de Cascais muitos foram aqueles que apoiaram a sua promoção ao comando técnico da equipa principal, o que nunca se chegou a concretizar.
Quando saiu o Bruno Pinheiro [2022], muita gente ficou com pena de o Vasco não ter dado o passo
«Muitos gostariam de ter visto como treinador da equipa principal na altura que sai o Bruno Pinheiro, já passaram alguns anos [2022]… acho que há muita gente que ficou com pena de o Vasco não ter feito esse último passo», recorda, aludindo a um momento de transição técnica em que a administração estorilista, na altura, optou por avançar para a contratação de Nelson Veríssimo, enquanto Vasco Botelho da Costa deixava a Amoreira para rumar ao UD Leiria.
Vasco faria carreira a pulso – no Lis conquistou uma Liga 3, passou para o Alverca e, em junho, saltou para o Moreirense, num percurso saudado pelo seu antigo colega e amigo de longa data.
«É dedicado e já treinava os escalões de formação [no Cascais] da mesma forma que os treinadores seniores, no sentido de dedicação e compromisso. O facto de nós, na nossa idade de adolescentes, não termos fim de semana e os nossos amigos saírem à noite e tudo mais, fez com que o Vasco fosse provavelmente o único amigo com quem conseguia compartilhar essa frustração, porque é difícil quando uma pessoa tem 16, 17 ou 18 anos e os amigos vão para a noite e a malta vai dormir», recordou.
«O Vasco é profissional e a partir do momento em que começa o jogo, ele é muito competitivo e portanto, quer sempre ganhar», vincou, algo que o jogo entre cónegos e canarinhos comprovou.