Flamengo vence o Brasileirão pela oitava ou pela nona vez?
O Flamengo venceu o Ceará, no Maracanã, com golo de Samuel Lino e dessa forma, meros quatro dias depois de festejar o título sul-americano em Lima, no Peru, na final da Taça dos Libertadores da América frente ao Palmeiras, sagrou-se campeão brasileiro pela oitava vez. Ou será nona vez? A controvérsia, já com 38 anos de vida, repete-se sempre que o clube carioca supera, como superou nesta edição do Brasileirão sob as rédeas do treinador Filipe Luís (e do dirigente português José Boto), toda a concorrência.
Em causa o título de 1987, quando os 13 maiores clubes do país jogaram a Copa União, à revelia da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ganha pelo Fla. A CBF organizou um campeonato com os “excluídos” e definiu que os dois primeiros da Copa União, o citado Mengão e o Internacional, deveriam defrontar o primeiro, Sport Recife, e o segundo, Guarani, do seu torneio num quadrangular. Como Fla e Inter se recusaram, o Sport foi declarado campeão.
Em 2011, a CBF aceitou considerar o título partilhado mas o Supremo Tribunal Federal, a instância judicial máxima do Brasil, para onde a discussão foi enviada, vem reiterando que, à luz da lei, é o Sport o único campeão porque, supostamente, o grupo dos 13 havia assinado um documento a prever aquele quadrangular. Por isso, hoje as contas dos órgãos oficiais (e do Sport…) falam em Flamengo octacampeão, enquanto a maioria das publicações o considera eneacampeão.
Indiferentes a controvérsias históricas, os jogadores flamenguistas festejaram o triunfo sobre o Ceará e já só pensam na Taça Intercontinental, no Qatar, onde defrontam o Cruz Azul, do México, dia 10, e, em caso de vitória, o Pyramids, do Egito, dia 13. Na final, dia 17, já está o Paris Saint-Germain a aguardar rival. Por causa desses compromissos internacionais, o campeão vai a jogo com a equipa sub-20 na última jornada do Brasileirão na casa do Mirassol.
Em cima da mesa, entretanto, está a renovação de contrato de Filipe Luís, supostamente já cobiçado pelo Atlético Madrid para substituir a médio prazo Diego Simeone, um dos seus mentores. «Por mim, estou 'renovado'», disse o treinador. «Em breve», acrescentou Boto. O presidente Luiz Eduardo Baptista, por sua vez, disparou contra os rivais: «Somos campeões para desespero dos detratores, cretinos e hipócritas inclusive da Terra da Garoa [forma como também é conhecida a cidade de São Paulo].»
Na Terra da Garoa, sede do Palmeiras, o triunfo na casa do Atlético Mineiro por 3-0 soube a pouco. «Perdemos sim, este ano fomos vice em quase todas as competições», reagiu Abel Ferreira, «mas eu beijei a medalha da Libertadores e o símbolo do Palmeiras porque tenho orgulho em ser palmeirense, aqui não há títulos com asterisco». O português referia-se à expulsão de Piquerez com o Galo, num lance semelhante a outro protagonizado pelo flamenguista Pulgar na final da Libertadores que não mereceu punição igual.
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