Abel Ferreira, treinador do Palmeiras
Abel Ferreira, treinador do Palmeiras - Foto: IMAGO

Abel após perder Brasileirão: «Os meus títulos no Palmeiras não têm asteriscos»

Novas críticas à arbitragem após triunfo, insuficiente para impedir o Flamengo de se sagrar campeão

O Palmeiras, de Abel Ferreira, fez o que estava ao seu alcance — venceu o Atlético Mineiro por 3-0 —, mas não conseguiu contrariar o Flamengo, que conquistou o Brasileirão. No final do jogo, o treinador português voltou a fazer mira à arbitragem.

«O Palmeiras é um clube diferente e especial, e mais do que tudo sou um treinador de relações. A mim só me engana quem eu quero. Hoje aconteceu um lance exatamente igual ao da final da Libertadores [expulsão de Piquerez]. Os títulos que ganhei no Palmeiras não têm asteriscos. E aos palmeirenses vou dizer o seguinte: a mim, como vosso treinador, só me engana quem eu quero», afirmou o técnico em conferência de Imprensa.

«Sim, perdemos, fomos vice. Este ano fomos vice em quase todas as competições. Mas viram o beijo que dei na medalha [da Libertadores]? Foi um beijo na medalha e no símbolo do Palmeiras, tenho orgulho de ser palmeirense. Não há asterisco. Ganhamos, perdemos, mas não há asteriscos nos nossos títulos», reforçou.

«Quantas vezes me ouviram dizer que seria contra tudo e contra todos? E que depois do jogo contra o São Paulo muita coisa mudou? A mim só me engana quem eu quero. Tenho orgulho em ser treinador do Palmeiras e volto a dizer: o dia em que vocês sentirem que não represento o Palmeiras à altura, não quero receber nem mais um real», garantiu.

«Todos ouviram o que disse ao presidente da CONMEBOL. O Andreas [Pereira] levou amarelo por um lance que não era para amarelo [contra o Vitória] e ninguém despenalizou o Andreas. Parabéns ao Flamengo, foi vencedor desta competição, da Libertadores, tem um excelente elenco, um excelente treinador, muito bem organizado, mas tenho orgulho nos vices que tive e tenho por tudo que fizemos. Sei o que fizemos. Será que uma expulsão condiciona o resultado do jogo? Não sei», acrescentou.

E falou das cicatrizes carregadas: «Uma equipa que queria ganhar e não conseguiu colocar em campo o que sabe e pode. Uma coisa é perder e outra é ser perdedor, esta equipe perdeu, mas não é perdedora. Entendo que muita gente queira dizer que o segundo lugar é ruim, nada presta. Hoje demos mais uma amostra do que esta equipa mostrou ao longo deste ano enquanto nos deixaram, porque há coisas que controlamos e outras não (...) Chegámos com cicatrizes, jogadores que ainda estavam a sangrar. Não reconheci a minha equipa com bola, porque perdemos o último jogo com bola. Hoje teve uma sensação de orgulho ferido, caráter. Mesmo tendo toda reformulação, com 12 jogadores entrando no ano, com lesões, e tendo três pontos à frente, não fomos capazes de segurá-los. Hoje ficou inequívoca nossa superioridade. Ganhamos na conta da justiça, poderíamos ter feito mais uns dois golos. Voltaram a mostrar do que são capazes e parabéns aos meus jogadores, lutámos em várias frentes, mas só levámos a medalha de vice.»