Danilo, defesa do Flamengo - Foto: IMAGO
Danilo, defesa do Flamengo - Foto: IMAGO - Foto: IMAGO

Ex-FC Porto admite: «É aterrorizador pensar em deixar de jogar futebol»

Danilo antecipa data para pendurar as botas, revelou hobby inesperado e refletiu sobre reorganização da seleção brasileira

Danilo entrou no futebol europeu em 2012 pela porta do FC Porto e construiu uma carreira de sucesso no Velho Continente, ao serviço dos dragões, do Real Madrid, do Manchester City e da Juventus. Aos 34 anos, o lateral direito do Flamengo admitiu em entrevista ao Globoesporte que a reforma está próxima.

Danilo antecipa o adeus aos relvados em 2026, apesar de ainda não estar em paz com tal ideia: «É terror. Eu fui para o América de Minas Gerais quando tinha 13/14 anos. Estou desde essa idade até agora a jogar futebol todos os dias, dez meses por ano. É o que eu sei fazer, o que o meu corpo sabe fazer... É um pouco assustador, começa uma nova vida.»

«Não sei o que vou fazer. Mesmo que continue no futebol, é uma nova função. As pessoas não falam abertamente, mas não tenho problema em dizer que é aterrorizador pensar em deixar de jogar futebol. Mas a vida é feita de ciclos, quanto mais cedo perceberes isso, mais tranquilo ficas. É difícil», explicou o lateral-direito que frequenta o curso de jornalismo.

Danilo considera que os futebolistas são obrigados a ressuscitar com «uma vida inteira pela frente», após pendurarem as botas. «Uma coisa que eu não gosto muito no Brasil é que se limita muito os jogadores a serem jogadores de futebol. Podemos ser múltiplos, desde que não interfira de maneira negativa na nossa atividade principal, que é ser atleta», frisou. O fantasma da reforma não o desviou, ainda assim, dos objetivos para o final da presente temporada: vencer o Brasileirão e a Libertadores.

O lateral direito reforçou o Flamengo no início do ano e encontrou no banco de suplentes um velho conhecido. Danilo admitiu que o reencontro com Felipe Luís, antigo colega de equipa na seleção canarinha e atual treinador do Mengão, obrigou a uma adaptação inesperada: «No início, nem sabia muito bem como me dirigir. Hoje, chamo-o de Profe. Foi a expressão que encontrei e me cai bem. Não o conseguia chamar treinador, mister, mas também não podia chamar Filipe... Tentei encontrar um meio termo.»

Danilo admitiu que Felipe Luís foi «determinante» para o regresso ao Brasil e que mal pode esperar pela final da Libertadores contra o Palmeiras, agendada para 29 de novembro.

O poder da reestruturação

Danilo deve integrar a comitiva brasileira no Campeonato do Mundo de 2026. O lateral direito não apontou ao título mundial, mas atribuiu mérito a Carlo Ancelotti e ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Samir Xaud na reestruturação do futebol canarinho: «As coisas melhoraram bastante. Ficámos à espera do Ancelotti desde o início do ciclo, não veio. Veio o Fernando Diniz, coitado, sem saber até quando ia ficar. Quando veio o Dorival, já havia uma pressão muito grande. Isso interferiu nas exibições.»

O lateral direito frisou que o «super ganhador» Ancelotti, «habituado a viver com pressão» pode estabilizar o ambiente em redor da canarinha.