Eustáquio: «Um clube como o FC Porto tem de estar habituado a ganhar»
Aproxima-se a todo o gás a estreia do FC Porto no Mundial de Clubes - os dragões defrontam amanhã (23 horas, horas portuguesas) o Palmeiras, numa partida referente à 1.ª jornada do Grupo A - e é pela voz dos artistas que chegam as ambições azuis e brancas.
Este sábado, na véspera do duelo com o Verdão, um dos jogadores escolhidos para falar aos jornalistas foi Eustáquio. Por entre os elogios ao adversário e ao trabalho realizado por Abel Ferreira, o médio assume que o FC Porto está preparado para o arranque da competição.
«Todos sabemos que o Palmeiras é uma superequipa, muito forte, talvez uma das mais fortes da América do Sul nos últimos anos. Também todos conhecemos o Abel [Ferreira] e sabemos que vai ser um jogo extremamente difícil, até porque o Palmeiras tem muitos bons jogadores, mas vamos tentar impor o nosso jogo. Estes torneios acabam por descaracterizar um pouco o que a equipa faz, porque são poucos jogos, num país diferente. Temos de esperar um pouco de tudo e sabemos que o Abel tem muita experiência em jogos a eliminar. Vamos tentar dar o nosso melhor e competir ao máximo», começou por dizer.
Ainda que o Mundial de Clubes seja realizado na transição de uma época para outra, a verdade é que Martín Anselmi vai começar uma temporada ao serviço do FC Porto, isto depois de ter chegado ao clube com a caminhada 2024/2025 já em andamento. «Trabalhamos sempre para assimilarmos as ideias do Martín Anselmi e, na minha opinião, temo-lo feito. Também mudámos de sistema, agora jogamos com três [defesas-centrais] e respeitamos sempre as ideias dele», notou o internacional canadiano, que não se coibiu de salientar onde se sente mais confortável em campo: «Na minha opinião, sou um médio-centro, um box-to-box. Também consigo fazer a posição de 6, como foi a minha carreira até ao Paços de Ferreira. Jogar como defesa-central foi uma novidade para mim, mas tento fazê-lo da minha forma. Todos sabemos um pouco das minhas limitações, tanto de velocidade como em termos físicos, isso não dá para esconder a ninguém, mas se o mister me mete lá, a extremo ou a ponta de lança tenho de fazer o meu trabalho que é representar o FC Porto da melhor maneira. Foi isso que tentei fazer. Mas se tivesse de escolher uma posição, logicamente que seria médio-centro.»
Diogo Costa é a mais recente baixa dos dragões, devido a lesão, mas Eustáquio, embora lamentando a ausência do capitão, deixa a garantia de que o grupo confia plenamente em Cláudio Ramos. «Logicamente que o Diogo Costa vem moralizado por ter ganho uma competição como a Liga das Nações, mas, infelizmente, são coisas que acontecem. Vamos ter um guarda-redes à altura, que é o Cláudio Ramos e que também já tem experiência no que toca também à Seleção Nacional, já está há cinco anos no FC Porto, já jogou muitas meias-finais e finais, foi ele que jogou contra o SC Braga na Taça de Portugal. O Diogo [Costa] vai permanecer connosco, vai estar cá para nos dar apoio, é o nosso capitão e vamos esperar que recupere o mais rapidamente possível. Mas termos o Cláudio [Ramos] na baliza dá-nos 100 por cento de garantias», assegurou.
O camisola 6 foi também instado a pronuciar-se se o FC Porto está preparado para fazer regressar a cultura de vitórias que há muitos anos caracteriza o clube e a resposta não podia ser mais esclarecedora: «Se fosse tão fácil dizer como é que se ganha troféus, muita gente os ganhava. Eu entrei no FC Porto numa fase em que se ganhava, tivemos três presenças seguidas na final da Taça de Portugal, fomos campeões com recorde de pontos, acabámos também por ganhar a primeira Taça da Liga do clube, mais duas Supertaças. Infelizmente, nos últimos dois anos só conseguimos dois títulos. E digo só porque um clube como o FC Porto tem de estar habituado a ganhar. É isso que os mais velhos tentam implementar aos mais novos. É impossível um clube como o FC Porto estar dois anos seguidos sem ir à Champions, é impossível estar tanto tempo sem ser campeão e só ganhar um troféu por ano. É um trabalho árduo, que tem de vir dentro de campo e fora dele, e espero que esta época seja o começo de algo muito bom.»
A finalizar, e além de falar sobre os adeptos, Eustáquio até brincou sobre a data que quer ficar nos Estados Unidos da América. O médio não esconde o desejo de ser até à final do Mundial de Clubes, ou até mesmo... depois disso. «O estágio tem sido muito bom. Temos tido algumas brincadeiras no hotel, passamos muito tempo juntos a jogar ping-pong e a conversar uns com os outros, mas nós queremos é jogar e, por isso, mal podemos esperar por amanhã. Ansiedade ou vontade? É um misto dos dois. Todos querem jogar esta competição, contra um adversário forte como é o Palmeiras e vai ser bom para nós, jogadores, e também para os adeptos, apesar de ser a horas um pouco malucas [risos]. Mas tenho a certeza tenho a certeza de que em Portugal vão estar acordados a apoiar o FC Porto. Aqui o apoio tem sido incrível, temos sempre adeptos à porta do hotel e isso é um sentimento inexplicável. O FC Porto é um clube muito grande. Queremos ficar até à final e se pudermos depois ficar mais uns dias também não me importava nada [risos]», gracejou.