Europeu: de passeio em Andorra para reencontrar Espanha
Depois de três derrotas e exibições sofríveis na fase de grupos contra as equipas da sua igualha neste Europeu, Portugal teve, com a frágil Andorra, um jogo daqueles que, de tão fácil, acaba por ser inconclusivo. A copiosa goleada de 11-2 terá sido bálsamo para os males latinos nas partidas anteriores e terapia eficaz para reabilitar a seleção nacional para a corrida ao título ou um rotundo ponto de interrogação sobre o estado do seu rendimento, em vésperas de voltar a defrontar a campeã Espanha nas meias finais? Inclinamo-nos para a segunda hipótese, mas só o segundo duelo ibérico de hoje à noite poderá responder.
Portugal começou o jogo com Andorra da melhor maneira possível: nos dois primeiros minutos já vencia por dois a zero, com um bis de Alvarinho. E apesar de, num erro defensivo, de vários cometidos na primeira parte, ter sofrido um golo imprevisto (por Xavier Palau), explorou otimamente uma situação de superioridade numérica (power play), devido a exclusão por dois minutos, por cartão azul, do jogador andorrenho, para marcar mais dois golos: hat trick de Alvarinho e o primeiro da conta de Hélder Nunes.
A partir daí, o resultado foi engordando naturalmente, alcançando expressivo 8-1 ao intervalo, com Gonçalo Alves e Rafa a estrearem-se e Miguel Rocha a bisar de rajada pouco antes do intervalo. Quando o descanso chegou, perspectiva-se que o marcador pudesse atingir números avultadíssimos, se Portugal continuasse ao mesmo ritmo, ainda que moderado.
Mas nos primeiros minutos baixou-o, aliviando a pressão sobre o adversário e permitindo-lhe que gastasse praticamente o tempo de ataque, ainda que quase sempre sem sequer rematar. Dez minutos e até uma situação de vantagem numérica passaram-se sem mais golos, até Gonçalo Alves voltar a faturar, aumentado a contagem portuguesa para nove.
À passagem do quarto de hora ficou evidente que Portugal não quereria muito mais deste jogo. Estava mais do que decidido, ganho. Espanha assomava-se no pensamento dos nossos jogadores - e quem poderia criticá-los? Andorra ainda cometeu a insolência de marcar um segundo golo e a turma das quinas não apreciou, apontando, quase de seguida, o seu décimo. Até ao soar da buzina, tempo para chegar aos 11.