Jonas Vingegaard queria ter oferecido o troféu de vencedor de etapa e do camisola vermelha ao filho aniversariante

«Estou triste porque queria oferecer um tourinho de peluche ao meu filho»

Jonas Vingegaard lamentou não ter podido celebrar no pódio da 11.ª etapa da Vuelta, sem vencedor devido a manifestações pró-Palestina em Bilbau

A política tornou-se um fator preponderante nesta 80.ª edição da Volta a Espanha. Na etapa desta quarta-feira (11.ª), a cerca de 20 quilómetros da chegada, os corredores foram informados pelos organizadores que não haveria classificação - por consequência, também não vencedor -, e que os tempos seriam registados a três quilómetros da meta em Bilbau, devido ao risco de incidentes por manifestantes pró-palestinianos, que tentaram forçar a passagem pelas barreiras durante a primeira passagem dos ciclistas pela cidade basca.

Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) e Tom Pidcock (Q36.5) foram os primeiros a passar na meta virtual, com cerca de 10 segundos de vantagem sobre um quarteto em que se integrava João Almeida (UAE Emirates), e reforçou a vantagem sobre o português, que, todavia, ascedenu à segunda posição da geral, devido ao atraso do norueguês Torstein Traeen (Bahrain).

Após a etapa, Vingegaard revelou um objetivo especial para este dia. «Queria ganhar venceu hoje, porque é o aniversário do meu filho, que faz um ano. Gostava de lhe ter dedicado a vitória. É uma pena não levar para casa um tourinho de peluche [troféu referente ao vencedor da etapa e ao líder da geral] para o meu filho, mas espero ter dois amanhã».

O camisola vermelha lamentou a neutralização da etapa. «Trabalhámos o dia todo para isso, e não ter a hipótese de competir no sprint final é uma verdadeira desilusão. Adorava ter levantado os braços, mas não foi possível, e temos de aceitar. Em relação à segurança, creio que as autoridades fizeram bem o seu trabalho. Desde a primeira passagem da meta que vimos que estavam a controlar a situação. Não me senti em perigo», explica o dinamarquês.

«Quando soubemos que a corrida seria neutralizada a 3 km da chegada, fiquei inicialmente desapontado e não queria fazer muito mais», confessa. «Mas o Tom [Pidcock] atacou forte na subida, tive de o largar, mas depois recuperei no topo, e trabalhámos bem juntos para ganhar tempo. Já sabia que não haveria vencedor da etapa, por isso simplesmente fui o mais rápido possível à marca de 3 km», explicou Vingegaard, que elogiou a equipa.

«O desempenho coletivo continua a ser impressionante: desde o início, a equipa controlou, permitindo que apenas três ciclistas se separassem numa etapa em que todos queriam estar presentes. Isto mostra a força do grupo», concluiu o líder da geral.