«Estou triste porque queria oferecer um tourinho de peluche ao meu filho»
A política tornou-se um fator preponderante nesta 80.ª edição da Volta a Espanha. Na etapa desta quarta-feira (11.ª), a cerca de 20 quilómetros da chegada, os corredores foram informados pelos organizadores que não haveria classificação - por consequência, também não vencedor -, e que os tempos seriam registados a três quilómetros da meta em Bilbau, devido ao risco de incidentes por manifestantes pró-palestinianos, que tentaram forçar a passagem pelas barreiras durante a primeira passagem dos ciclistas pela cidade basca.
Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) e Tom Pidcock (Q36.5) foram os primeiros a passar na meta virtual, com cerca de 10 segundos de vantagem sobre um quarteto em que se integrava João Almeida (UAE Emirates), e reforçou a vantagem sobre o português, que, todavia, ascedenu à segunda posição da geral, devido ao atraso do norueguês Torstein Traeen (Bahrain).
Após a etapa, Vingegaard revelou um objetivo especial para este dia. «Queria ganhar venceu hoje, porque é o aniversário do meu filho, que faz um ano. Gostava de lhe ter dedicado a vitória. É uma pena não levar para casa um tourinho de peluche [troféu referente ao vencedor da etapa e ao líder da geral] para o meu filho, mas espero ter dois amanhã».
O camisola vermelha lamentou a neutralização da etapa. «Trabalhámos o dia todo para isso, e não ter a hipótese de competir no sprint final é uma verdadeira desilusão. Adorava ter levantado os braços, mas não foi possível, e temos de aceitar. Em relação à segurança, creio que as autoridades fizeram bem o seu trabalho. Desde a primeira passagem da meta que vimos que estavam a controlar a situação. Não me senti em perigo», explica o dinamarquês.
Orgullosa de mi pueblo 💪💪
— Leire (@lerelelol) September 3, 2025
Dicen que no ha habido ganador en la etapa de hoy, Jajajjajajaj , de la vuelta ciclista #LaVuelta25 en #Bilbao, Jajajjajajaj… ha ganado Palestina ❤️❤️❤️ pic.twitter.com/TInUJiJUBc
«Quando soubemos que a corrida seria neutralizada a 3 km da chegada, fiquei inicialmente desapontado e não queria fazer muito mais», confessa. «Mas o Tom [Pidcock] atacou forte na subida, tive de o largar, mas depois recuperei no topo, e trabalhámos bem juntos para ganhar tempo. Já sabia que não haveria vencedor da etapa, por isso simplesmente fui o mais rápido possível à marca de 3 km», explicou Vingegaard, que elogiou a equipa.
«O desempenho coletivo continua a ser impressionante: desde o início, a equipa controlou, permitindo que apenas três ciclistas se separassem numa etapa em que todos queriam estar presentes. Isto mostra a força do grupo», concluiu o líder da geral.