O atleta português Pedro Pablo Pichardo, campeão mundial do Triplo salto, nos Mundiais de atletismo de Tóquio 2025. Foto FPA/Sportmedia
O atleta português Pedro Pablo Pichardo, campeão mundial do Triplo salto, nos Mundiais de atletismo de Tóquio 2025. Foto FPA/Sportmedia

E o 'óscar' do Comité Olímpico vai para....

Pedro Pichardo, Patrícia Sampaio, Isaac Nader e o K4 campeão do Mundo e da Europa receberam o prémio Excelência, numa noite em que Ticha Penicheiro e Carlos Lopes também foram homenageados

Um ano depois de ter apontado o foco para os atletas olímpicos que se destacaram nos Jogos de Paris-2024 e para a homenagem, a título póstumo, ao presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, Lisboa recebeu novamente a Celebração Olímpica 2025, onde voltou a consagrar aqueles que mais se evidenciaram no desporto nacional.

Quer devido a resultados desportivos, quer pelo trabalho desenvolvido ao longo de vários ciclos, tanto individualmente como através de instituições, ou pela excelência das carreiras alcançadas, esta foi a primeira Celebração Olímpica tendo Fernando Gomes como presidente do COP.

No sempre aguardado Prémio Excelência Desportiva, destinado aos atletas que são a razão da existência do COP, foram sete os distinguidos, ainda que quatro como equipa, e com a curiosidade de dois já terem sido alvo da mesma distinção em 2004.

São os casos de Pedro Pablo Pichardo, medalha de prata no triplo salto em Paris-2024, e a judoca Patrícia Sampaio, bronze (-78 kg) também na capital francesa. Mas, a excelência dos resultados, trouxe-os de volta ao olimpo nacional.

Pichardo regressou ao Estádio Olímpico onde se sagrara campeão olímpico em 2021 para conquistar o ouro no Mundial de Atletismo Tóquio-2025 e tornar-se no primeiro português duplamente campeão do mundo em disciplinas olímpicas.

Já Patrícia, depois do pódio nos Jogos e de ainda em dezembro desse ano ter sido bronze no Grand Slam de Tóquio, sagrou-se campeã da Europa em Podgorica, foi bronze no Mundial de Budapeste, ganhou os Grand Slams de Paris e Ulan Bator, 3.ª em Tbilisi, acabando por ser tornar n.º1 do ranking mundial, e é apenas a terceira judoca lusa a consegui-lo -  Telma Monteiro e Jorge Fonseca são os outros.

Na categoria de Excelência, ficou também Isaac Nader, campeão mundial atletismo de 1500m em Tóquio2025, depois de já ter sido bronze no Europeu de pista curta em Apeldoorn. Ao trio juntaram-se os canoístas do K4 composto por Gustavo Gonçalves, João Ribeiro, Messias Baptista e Pedro Casinha, que, um mês após terem arrebatado o título no Europeu, em Racice, repetiram a façanha no Mundial de Roma.

O Prémio Juventude foi entregue a dois atletas com modalidades muito distintas. Jéssica Rodrigues, 19 anos, que conseguiu o primeiro diploma (até ao 8.º lugar) numa modalidade de jnverno, ao ser 6.ª na prova de mass start, nos Jogos Olímpicos da Juventude Gangwon-2024, antes de em fevereiro ter sido campeã mundial júnior de patinagem de velocidade no gelo, (mass start) e garantir a qualificação para a Taça do Mundo seniores.

Prémios Celebração Olímpica

  • Educação Olímpica

    Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra

    Investigação Científica

    Centro de Investigação em Ciências do Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano

    José Manuel Constantino

    Bastinhos Escola Clube de Andebol de Celorico de Basto

    Ética Desportiva

    Manuel Sérgio

    Juventude

    Jéssica Rodrigues e Francisco Costa

    Mérito Desportivo

    Paulo Jorge Pereira e Rui Fernandes

    Prestígio

    Ticha Penicheiro

    Excelência Desportiva

    Patrícia Sampaio, Pedro Pichardo, Isaac Nader, Gustavo Gonçalves, João Ribeiro, Messias Baptista e Pedro Casinha

    Ordem Olímpica Nacional

    Carlos Lopes

Em masculinos, o troféu foi  para o andebolista Francisco Costa, 20 anos, maior goleador da Seleção no Mundial sénior e melhor marcador nacional de sempre numa única edição (54), apenas superado pelo dinamarquês Mathias Gidsel (74).

A Ordem Olímpica Nacional foi concedido ao primeiro campeão olímpico de Portugal, Carlos Lopes, na maratona de Los Angeles-1984, no momento em que se inicia o ciclo olímpico para Los Angeles-2028 e recordando também a sua medalha de prata dos 10.000m em Montreal-1976. E a estes podem juntar-se muitas outras conquistas, três, por exemplo, como campeão mundial de corta-mato.

O COI distinguiu ainda dois treinadores  com o Prémio de Mérito Desportivo: Paulo Jorge Pereira, selecionador de andebol, que conduziu a turma das quinas ao 4.º lugar no Mundial de 2025, depois do 6.º no Euro 2020 e da inédita qualificação para os Jogos de Tóquio-2020.

Na canoagem, o antigo olímpico e atual selecionador, Rui Fernandes, que lidera as várias seleções, desde que Fernando Pimenta registou os primeiros êxitos por Portugal, até aos dias de hoje com os últimos sucessos no Europeu e Mundial de sub-23 e sénior em 2025.

As surpresas da noite não ficaram por aqui. Ticha Penicheiro, a antiga basquetebolista da WNBA, onde jogou 15 temporadas com múltiplos recordes - campeã em 2005 pela Monarchs, quatro vezes all-star, assim como venceu uma EuroLiga, outra EuroCup e vários títulos nacionais em sete países Europeus -  recebeu o Prémio Prestígio no ano em que se tornou na primeira portuguesa a integrar o Hall of Fame da FIBA.

A título póstumo, foi entregue o Prémio de Ética Desportiva ao Professor Manuel Sérgio, falecido em fevereiro, pelo seu pensamento académico e pedagógico nas áreas da educação física e desporto.

A Bastinhos Escola Clube de Andebol, de Celorico de Basto, fundada em 2012,  mereceu o Prémio José Manuel Constantino pela dedicação ao desenvolvimento desportivo no concelho, mais de 250 jovens, de forma gratuita e também na procura do sucesso académico.

Por fim, o Prémio de Investigação Científica foi atribuído ao Centro de Investigação em Ciências do Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano, e o Prémio Educação Olímpica   para a Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra.