Do domínio ao alívio, passando pela tensão, vão três seguidas para o Man. United
Parece difícil haver um jogo do Manchester United sem incerteza até ao fim. E neste final de tarde em Old Trafford, até parecia que, por uma vez, as coisas estariam decididas mais cedo. A equipa de Ruben Amorim aparentava ter tudo controlado até à hora de jogo, sofreu (e muito!) para manter a vantagem de três golos que havia conquistado mas, no final, um pontapé fulminante fez o som das redes soar a suspiro de alívio. O Man. United venceu o Brighton por 4-2 em jogo da jornada 9 da Premier League e já leva três vitórias consecutivas na liga.
Frente a um adversário que não perdia há quatro encontros no campeonato inglês, os red devils entraram com o pé no acelerador. A vontade de pressionar em todo o terreno, de forma ponderada, porém intensa, não foi suficiente para estancar, nos primeiros 20 minutos, as tentativas dos seagulls de, com passes rápidos e verticais, lançarem-se nas costas da defesa adversária.
Foi, contudo, sol de pouca dura. O Man. United foi crescendo, foi conseguindo ter bola, condicionar a saída de Verbruggen e recuperar a posse no meio-campo adversário. Matheus Cunha rematou ao lado, depois obrigou o guardião adversário a uma grande defesa e, à terceira, não desperdiçou. Com um remate rasteiro ao minuto 24, o internacional brasileiro colocou a bola no cantinho e, pela primeira vez, marcou com a camisola do clube que reforçou no passado verão.
10 minutos depois, uma recuperação de bola em zona adiantada permitiu a Casemiro o remate, que bateu em Wieffer e desviou de Verbruggen. A equipa de Ruben Amorim ia, de forma convincente, para o intervalo em vantagem. No segundo tempo o ímpeto só aumentou. Meia hora de domínio red devil, com uma defesa de destaque de Lammens pelo meio, mas que era caso isolado no meio das tentativas de Bruno Fernandes, Benjamin Sesko e Bryan Mbeumo, que, aos 61', cortou para o meio e rematou à base do poste. À hora de jogo, o Man. United vencia e convencia. Mas 15 minutos depois... tudo começaria a tremer.
3-0 também é resultado perigoso
Aos 73 minutos Dorgu rasteirou Minteh e viu cartão amarelo. Do livre direto surgiu a lei do ex: o remate de Danny Welbeck só parou nas redes adversárias. Logo a seguir, Watson obrigou Lammens a esticar-se para evitar o 3-2 e, aos 88', um disparo fulminante de Kadioglu só parou devido a mais um voo do belga — que cada vez mais justifica o investimento feito no verão e o adeus a Onana. Aos 90'+2, no entanto, nada pôde fazer quando Zirkzee se esqueceu da marcação e deixou Kostoulas cabecear sozinho na pequena área.
A tensão era visível em Old Trafford, com o Manchester United a tremer para aguentar uma vantagem que, há 20 minutos, parecia confortável. Após o terceiro minuto de compensação, de sete dados por Anthony Taylor, podia cair para qualquer lado. Mas dessa tensão surgiu um alívio imenso, pelo menos por aquilo que representava o sorriso no semblante de Amorim. Ayden Heaven fez o passe, Bruno Fernandes simulou e Mbeumo, com uma potente finalização, fez o 4-2 final, para a festa das bancadas.
Pela primeira vez desde que chegou a Old Trafford, Ruben Amorim venceu três jogos consecutivos na Premier League. O Manchester United foi melhor durante mais tempo e, ainda que obrigado a sofrer, garantiu uma vitória justa. Boa recompensa para Bruno Fernandes no jogo 300 com a camisola do Manchester United.