Deco rendido a Raphinha: «Ele contagia a equipa...»
O diretor desportivo do Barcelona, Deco, concedeu uma entrevista ao programa Què t'hi jugues! da rádio catalã Ser Catalunya, um dia após a vitória por 3-1 sobre o Atlético de Madrid, que consolidou a equipa de Hansi Flick na liderança da LaLiga.
«Penso que foi uma grande exibição, uma noite bonita para os adeptos. Queremos ganhar a liga e vencer estes jogos é fundamental», confessou Deco, mostrando-se muito satisfeito com o momento da equipa, apesar das dificuldades exibicionais sentidas no arranque da temporada.
Para o diretor desportivo, o desafio de Hansi Flick não se resumiu a lidar com um elevado número de ausências, mas sim com a sua distribuição pelo plantel.
«Não se trata apenas de quem faltou. No ano passado, tivemos quase todos os jogadores da frente disponíveis, e na defesa fomos sólidos porque os centrais foram sempre Cubarsí e Iñigo. No meio-campo, apenas o Gavi esteve ausente por um longo período. Este ano foi o oposto: tivemos mais dificuldades no ataque, na defesa e no meio-campo. Em todos os setores tivemos de nos adaptar, e a qualidade de jogo não foi tão fluida, mas fomos superando as dificuldades», explicou.
Para Deco, Raphinha é um dos jogadores que simbolizam essa recuperação, embora não seja o único.
«Ele é um dos nossos líderes. Cada um tem as suas características; o Raphinha é dinâmico, expressivo, contagia a equipa e isso nota-se. Mas temos muitos líderes para momentos diferentes», assegurou.
O diretor desportivo acrescentou que a chave do sucesso está na adaptação e na entreajuda: «A chave para o sucesso é o que vimos contra o Atlético: adaptarmo-nos, lutar, ajudarmo-nos mutuamente. A imagem da celebração do último golo é a melhor prova disso. Há muitos jogadores que se adaptam a outras posições, como o Gerard, o Eric e o próprio Dani Olmo a jogar a '8'».
Quando questionado sobre se sentia que tinha mais influência no Barça enquanto jogador no início dos anos 2000 ou no seu cargo atual, Deco respondeu com humor.
«Acho que naquele tempo [risos], porque na equipa do Rijkaard eu era uma voz importante no balneário e já chegava com experiência. Cheguei numa altura em que se estava a construir uma equipa», recordou.
«Tínhamos o nosso capitão, o Puyol, que dizia sempre que se não ganhasse algo, ia embora, e tinha essa ambição. Depois chegaram o Ronaldinho, o Rafa [Márquez], o Samuel [Eto'o]... cada um teve de impor a sua liderança à sua maneira, e eu contribuí com a minha. Nessa altura, tinha bastante influência nisso», concluiu.