Como Martim Mayer envolveu Van Gaal no projeto do Benfica

Louis van Gaal esteve presente, quinta-feira, em Lisboa na apresentação de Andries Jonker como diretor-geral da candidatura de Martim Mayer às eleições do Benfica. A participação do treinador neerlandês de 74 anos na ação de campanha, que causou surpresa e elevou o impacto mediático da iniciativa, não se resumiu só a manifestação de apoio ao compatriota — Van Gaal trabalha desde maio com Martim Mayer no enquadramento do perfil para o cargo de diretor-geral e na própria definição do organograma de todo o edifício de futebol já apresentado pela candidatura Benfica no Sangue.

Martim Mayer há muito que está no terreno para identificar a pessoa certa para supervisionar o futebol dos encarnados. Considerou diferentes candidatos — todos com currículos inatacáveis — que pudessem contribuir para a identificação de alguém com as características e experiência adequadas para o desempenho de uma função que, mais que uma vez, disse considerar determinante.

A BOLA sabe que, entre esses candidatos, estavam Zinédine Zidane, Paolo Maldini, Jorge Valdano, Mateo Alemany e… Louis van Gaal, entre outros. Os contactos produziram-se, mas a maioria já tinha projetos e outros estão perto de abraçar novos desafios. Zidane, por exemplo, deverá ser, segundo a Imprensa gaulesa, o sucessor de Didier Deschamps na seleção francesa. Zizou, ainda recentemente, disse sentir-se «capaz de orientar uma seleção».

As conversas com Van Gaal avançaram, logo, positivamente e não demorou até darem frutos, ou seja, foi criada uma relação de proximidade com Martim Mayer, alimentada, ao longo dos últimos meses, através de conversas telefónicas. Houve, naturalmente, reuniões presenciais.

Van Gaal ajudou, como tal, Martim Mayer a encontrar e enquadrar alguém para corresponder às expectativas e conceito das funções de diretor-geral apresentados pelo empresário e gestor. O treinador colaborou, ainda, na definição do organograma do edifício do futebol, recorrendo à experiência de uma carreira que o fez passar, entre outros, por Ajax, Barcelona, Bayern ou Manchester United, para lá da seleção dos Países Baixos, e a conquistar campeonatos nos Países Baixos, Espanha, Alemanha, entre outros troféus, como uma Liga dos Campeões (Ajax), uma Liga Europa (Ajax), duas Supertaças Europeias (Ajax e Barcelona) ou uma Taça Intercontinental (Ajax).

Van Gaal sugeriu Andries Jonker, pela experiência do compatriota na formação e scouting (diretor da academia do Arsenal com Arsène Wenger e coordenador da formação dos Países Baixos), mas também no futebol profissional masculino (adjunto de Van Gaal no Bayern e Barcelona, treinador principal do Wolfsburgo) e feminino (selecionador dos Países Baixos de 2022 a 2025).

Jonker, 63 anos, manifestou-se logo interessado, informando Martim Mayer de que sempre alimentou o desejo de jogar contra o Benfica, clube que admira, e conhecer o Estádio da Luz. O palco dos encarnados foi, justamente, o primeiro local onde esteve, acompanhado por Martim Mayer, no dia da apresentação.

O objetivo de todos, agora, é «tornar o Benfica novamente grande», como disse Van Gaal na quinta-feira.