Camisola 17 dos azuis e brancos saltou do banco para decidir o clássico com os bracarenses
Camisola 17 dos azuis e brancos saltou do banco para decidir o clássico com os bracarenses

'Chouriço' à portuguesa teve toque espanhol na assadura (as notas do FC Porto)

Rodrigo Mora abriu o ativo com um golo caído do céu: a bola bateu-lhe, literalmente, na sequência de um remate de longe de Samu. A estranha apatia dos dragões em grande parte do jogo encontrou antídoto no país vizinho: Gabri Veiga assistiu, Borja Sainz decidiu
O melhor em campo: Borja Sainz (7)
Nem de meia hora em campo necessitou para subir ao trono do destaque deste clássico. O extremo espanhol — que participou em todos os 14 jogos oficiais do FC Porto esta época e em apenas dois (contando com este) não foi titular — saiu do banco para... decidir. Ao minuto 79, o camisola 17 recebeu o passe do compatriota Gabri Veiga, partiu para cima de Víctor Gómez, deixou o (também) espanhol para trás e, já no interior da grande área, só com Lukas Hornicek pela frente, escolheu o lado e atirou de pé direito para selar o triunfo do FC Porto. Além de ter decidido o duelo com os arsenalistas, Borja Sainz pôde, também, voltar a ter motivos para festejar a título individual, isto porque já não marcava há mais de dois meses: a 24 de agosto tinha bisado na goleada (4-0) imposta ao Casa Pia, por ocasião da 3.ª jornada da Liga. O faro voltou...

(6) Diogo Costa - Nada podia fazer no momento em que Víctor Gómez apontou o tento que, na altura, deu o empate ao SC Braga, uma vez que o defesa dos minhotos cabeceou praticamente sem oposição, à entrada da pequena área. No restante, o internacional português destacou-se em dois lances: defesa apertada, para canto, após remate de Ricardo Horta (26'), e nova parada (ainda mais espetacular) após tiro frontal de Rodrigo Zalazar, aos 63 minutos.

(5) Alberto - A constante presença dos bracarenses no meio-campo defensivo dos portistas fez com que o lateral estivesse muito mais retraído do que é habitual no apoio ao ataque. Ficou a pedir falta de Lagerbielke no lance que originou o 1-1, queixando-se de um bloqueio do sueco, mas o árbitro não lhe deu ouvidos.

(6) Bednarek - Já poucos terão dúvidas de que é o verdadeiro patrão da defensiva azul e branca. Sempre bem posicionado e pronto para os duelos individuais, não deu espaço a Pau Victor, primeiro, nem a Fran Navarro, depois.

(5) Kiwior - Mais exposto do que o seu parceiro de setor, especialmente devido ao jogo interior promovido por Ricardo Horta e Rodrigo Zalazar, mas, entre o deve e o haver, não saiu a perder. Belo corte a impedir que o capitão contrário visasse a baliza (28').

(5) Francisco Moura - Viu o amarelo cedo (19') e isso pode tê-lo inibido de subir tanto quanto gosta. O ataque bracarense também não lhe permitiu grandes veleidades, pelo que o esquerdino optou por não se aventurar muito. No único momento em que se destacou no último terço ofensivo, tirou um excelente cruzamento que foi cortado por Lagerbielke (12').

(6) Victor Froholdt - Foi obrigado a posicionar-se mais atrás do que o habitual, em virtude do tempo de posse de bola que o SC Braga conseguiu ter, mas nunca negou a ajuda a Alan Varela. E bem à sua imagem ainda teve forças para empurrar a equipa para a frente, com aqueles já típicos movimentos de transporte de bola que duram metros. Ainda festejou (32'), mas o lance foi invalidado por falta de Bednarek sobre Lukas Hornicek.

(5) Alan Varela - Foi seu o primeiro remate enquadrado dos dragões, logo aos 2 minutos, mas a bola saiu à figura do guarda-redes dos guerreiros. O argentino foi obrigado a trabalhos forçados ao longo de grande parte do desafio, tamanho foi o fluxo de jogo interior promovido pelo SC Braga.

(6) Rodrigo Mora - Marcou aquele que foi, muito provavelmente, o golo menos intencional da sua (ainda curta) carreira. Em cima do intervalo, sentiu a bola bater-lhe no calcanhar, na sequência do remate de meia distância de Samu, sendo que essa alteração de trajetória foi o bastante para que Lukas Hornicek ficasse batido e os azuis e brancos passassem para a frente do marcador. No restante, foi uma das principais vítimas do (altamente invulgar) pouco tempo de posse de bola do FC Porto.

(6) William Gomes - Regressou à titularidade exatamente um mês depois de ter jogado de início pela última vez — diante do Estrela Vermelha (2-1), para a UEFA Europa League — e deu razão a Farioli: agitou. O jovem brasileiro foi um dos mais inconformados com a baixa produtividade ofensiva dos portistas e na segunda parte fez uso do binómio velocidade/técnica para dar vida ao flanco direito. Ficou perto do golo em duas ocasiões, mas em ambas deparou-se com a segurança de Lukas Hornicek (55' e 61').

(6) Samu - A noite não foi propriamente a mais inspirada do internacional espanhol, mas a verdade é que acabou por ficar diretamente ligado à história do jogo. Quando já quase todos pensavam que o nulo iria prevalecer ao intervalo, eis que o camisola 9 contrariou a tendência e encheu-se de fé para disparar do meio da rua. O remate saiu forte do pé direito de Samu, é um facto, mas pelo caminho sofreu um desvio (inadvertido) de Rodrigo Mora que alterou a trajetória da bola fazendo com que esta se anichasse no fundo das redes da baliza contrária (45'). Pouco mais fez, mas valeu...

(5) Pepê - Passou a maior parte do tempo encostado à esquerda, por força da titularidade de William Gomes, e esteve menos em jogo do que é habitual.

(5) Martim Fernandes - Entrou para fechar o lado canhoto da defensiva e bateu-se.

(6) Gabri Veiga - Renovou a criatividade na intermediária e teve visão e qualidade de passe para convidar Borja Sainz a decidir.

(5) Deniz Gul - Entrou com vontade e ficou perto do golo, com um remate a rasar o poste (76').

(5) Pablo Rosario - Deu músculo ao miolo em fase difícil.