Zalazar pressionado por Francisco Moura no jogo entre o FC Porto e o SC Braga - Foto: Kapta+/Eduardo Oliveira
Zalazar pressionado por Francisco Moura no jogo entre o FC Porto e o SC Braga - Foto: Kapta+/Eduardo Oliveira

Nem dois ou três Zalazares limpavam uma distração assim (as notas do SC Braga)

Víctor Gómez foi de herói a réu por uma abordagem displicente
A figura: Zalazar (6)
Com dois ou três Zalazares, a história da visita do SC Braga ao Dragão podia ter sido diferente. O uruguiaio foi a maior dor de cabeça para a defesa portista ao longo de todo o jogo. Fez a assistência para o golo de Víctor Gómez, mas essa ação até foi das que teve menos mérito, porque queria claramente rematar à baliza de Diogo Costa, mas a bola saiu-lhe paralela à baliza. Pouco depois, fez um remate muito perigoso aos 63’ para defesa difícil de Diogo Costa, após trabalhar desde a esquerda e tabelar com Fran Navarro. Nem com o final do jogo desistiu e isso valeu-lhe um cartão amarelo já após o apito final, por protestar por mais tempo para se jogar.

(5) Hornicek

Segurou sem dificuldade um remate de Alan Varela à figura, logo no segundo minuto. Aos 32’, sofreu falta de Bednarek num lance que terminou com golo anulado ao FC Porto. Foi traído pelo desvio involuntário, mas feliz, de Mora após remate de Samu no primeiro golo, ainda travou remate de William Gomes, aos 61, mas não podia fazer muito mais quando Sainz lhe surgiu isolado na cara.

Tinha precisado de 133 jogos para marcar pelo SC Braga, mas tomou-lhe o gosto depois de ter marcado ao Lincoln Red Imps. E haja coragem para meter a cabeça naquele remate-muito-torto-feito cruzamento de Zalazar. A ousadia valeu-lhe o feito de ser o primeiro a marcar esta época no Dragão. Podia ter saído como herói, mas a forma displicente como se deixou antecipar por Borja Sainz no segundo golo foi fatal para a equipa. Uma distração que foi fatal.

Não largou Samu. Onde o avançado espanhol estava, o defesa arsenalista não lhe dava um centímetro. E quando deu, muito longe da área, nasceu o golo inaugural, mas sem qualquer tipo de culpa do sueco. Fez um daqueles cortes que vale pontos aos 76’, quando Deniz Gul se preparava para marcar. Não contava (e não merecia!) era com a traição de Gómez.

(5) Arrey-Mbi

O elemento mais discreto do trio de centrais dos arsenalistas. Perdeu quase todos os duelos que disputou e valeram-lhe os companheiros nas dobras.

(5) Dorgeles

Teve muita iniciativa, mas faltou-lhe decidir melhor. Tem qualidade inegável e encaixa de forma perfeita no jogo dinâmico idealizado por Carlos Vincens.

(6) Gorby

É ele quem dá ritmo ao meio-campo dos arsenalistas e decide quando acelerar, travar, ou que caminhos seguir. Aliado a isso, dá músculo e o excelente posicionamento permitiu-lhe inúmeras interceções a travar ataques do rival.

Forte no jogo posicional, o austríaco falha pouco, mas também não arrisca por aí além. Foi seguro a defender e não acrescentou muito a atacar. Foi o primeiro a ser substituído e João Moutinho deu logo outra dinâmica.

Uma seta apontada à área do FC Porto. Com espaço e a qualidade que tem, conseguiu ligar jogo muitas vezes desde a esquerda. Perdeu muito poucos duelos, o que consegue muito mais graças à inteligência do que pelo poderio físico.

Se a atacar foi o que gosta de ser, um todo-terreno com liberdade para pisar em todos os espaços, a defender foi sombra de Alan Varela, dificultando a ligação da equipa com o cérebro do jogo portista. Aos 25’, apanhou uma segunda bola na área dos dragões e rematou forte para defesa apertada de Diogo Costa. Isolou Fran Navarro aos 72’, mas viu o espanhol desperdiçar.

(5) Pau Víctor

Jogo ingrato para o avançado espanhol, que regressou à titularidade depois da brilhante exibição na Taça da Liga. Jogou muito mais de costas para a baliza longe da área do que na frente, onde pode fazer a diferença. Sacrificou-se pela equipa e saiu aos 62’.

Entrou para o lugar de Pau Víctor aos 62’ e teve uma excelente oportunidade para marcar dez minutos depois, após assistência de Ricardo Horta. A bola pingada do português não era fácil, mas o ponta de lança podia ter feito bem melhor e selado com golo o regresso ao Dragão.

Foi chamado pouco depois da hora de jogo para levar critério ao jogo ofensivo do SC Braga. Após um minuto em campo, viu cartão amarelo por travar Pepê que fugia em contra-ataque. Recebido com uma ovação de pé pelo público do Dragão que não esquece o passado de glória que o médio viveu no clube.

Foi lançado para o último quarto de hora, mas não conseguiu acrescentar muito ao ataque bracarense.

(-) Diego

Rendeu Gorby, que estava esgotado, aos 89 minutos.