Carlo Ancelotti com o filho Davide quando trabalhavam no Real Madrid
Carlo Ancelotti com o filho Davide quando trabalhavam no Real Madrid - Foto: IMAGO

«Chorámos bastante»: filho de Ancelotti recorda saída do Real Madrid

Davide disse que passagem pelos 'merengues' «foi uma etapa extraordinária que terminou da melhor maneira possível» e comentou desafio de ser adjunto do pai: «Estamos mais vezes em desacordo»

Davide Ancelotti, filho de Carlo Ancelotti, concedeu uma entrevista ao jornal Marca na qual recordou o passado recente no Real Madrid e os planos para o futuro.

«Tendo em conta como as coisas aconteceram, penso que tivemos a melhor forma de terminar. Também por causa da homenagem no Bernabéu no final do jogo contra a Real Sociedad. É algo que deve ser valorizado, porque num clube como o Real Madrid despedirmo-nos daquela forma é muito difícil. Para mim será impossível esquecer, e acho que para o meu pai também», afirmou a propósito da saída dos merengues.

Questionado sobre se tinha chorado, não hesitou: «Sim, sim, e isso ajuda, porque eu e ele somos duas pessoas que se emocionam muito facilmente. Diria que chorámos bastante. Diria que chorei mais do que ele. Somos pessoas que choram e não temos problemas em admiti-lo, porque, no fim de contas, somos assim. Toda a família é assim. A minha irmã, o meu pai, o pai do meu pai era pior...»

«Não diria que houve um momento particularmente romântico ou dramático entre nós os dois. Não posso falar por ele, mas temos a mesma ideia e o mesmo sentimento: foi uma etapa extraordinária que terminou da melhor maneira possível. Estamos conscientes do que é esta entidade e deixar o Real Madrid desta forma é muito difícil. Por isso, estamos gratos e felizes. E acho que ele gostou muito do seu último dia como treinador do Real Madrid. Acho que foi notório. Ter a oportunidade de falar com os adeptos, de tirar fotografias com a família no estádio, com todos os troféus... Foi um dia muito bonito, em família», acrescentou.

«Precisamente devido à forte relação que tivemos, despedirmo-nos foi difícil, mas também, repito, uma despedida pela qual temos de estar gratos. Poderíamos ter partido de outra forma, como acontece muitas vezes nesta profissão, em que se parte rapidamente. Por isso, podermos despedir-nos desta forma é uma honra», acrescentou.

Davide Ancelotti acompanhou o pai na seleção do Brasil — «De certeza que foram mais as vezes em que estivemos em desacordo, penso que é isso que se espera de mim como adjunto e também o que ele precisa (...) porque ele é um treinador muito experiente, com muitas certezas, e precisa de um ambiente desafiante» — e falou do reencontro com Vinícius Júnior: « Temos a sorte de poder continuar a trabalhar com ele. É um jogador que progrediu muito. É preciso ver a sua evolução desde que chegou até hoje: é impressionante. Penso que é uma pessoa com um coração muito bom. É um rapaz muito bom, um trabalhador muito sério e não tem maldade. É um tipo que 'aquece' nos jogos porque se calhar precisa de fazê-lo, como muitos atletas do seu nível. Faz parte da picardia da competição. Não é o primeiro e não será o último. Tem consciência das suas fraquezas e precisa de um ambiente que o ajude. Seguramente não precisa de um ambiente que o culpe por tudo.»

«E repito: os jogadores de alto nível, durante a competição, às vezes precisam de se enfrentar. Já aconteceu a todos os grandes. Alguns lidam com essas situações, como fez Maradona ou como faz Messi, por exemplo. E outros enfrentam, como Cristiano ou Michael Jordan», reforçou.

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