Luis Suárez marcou a passe de Catamo - Foto: Miguel Nunes

Catamo esteve em dois golos e na plasticidade tática leonina (as notas do Sporting)

Numa noite em que o Sporting aproveitou bem as alamedas deixadas livres pelos belgas, houve exibições interessantes, como, além de Catamo, as de Hjulmand, Trincão, Suárez, Quenda e Fresneda, e o jogo acabou por estar sempre controlado. E quando se controla qualquer jogo da Champions, é porque a equipa está forte e coesa...

Rui Silva (6) - Noite santa para o guarda-redes do Sporting, muito pouco apoquentado pelos belgas. Depois de ter sido espetador na primeira parte, viu um remate acertar-lhe na malha lateral (46'), saiu bem, evitando a finalização com sucesso de Tresoldi (64'), e finalmente segurou o primeiro pontapé enquadrado do Brugge, aos 84 minutos.  

Fresneda (6) – Como tem progredido o lateral espanhol! Tranquilo e certo nos passes, está a interpretar com qualidade a função de central pela direita. Aproveitou, em dois passes verticais, a insuficiências entre linhas dos belgas. 

Diomande (6) – O lema do marfinense parece ser «não complicar». Por vezes é pouco académico na forma como joga, preferindo limpar a área do que correr riscos, mas sabe impor o físico e pelo estar esteve verdadeiramente imperial. Boa exibição. 

Gonçalo Inácio (6) – Teve, logo aos 11 minutos, um grande corte, evitando uma iniciativa de Forbs, e aos 14' deu o corpo às balas, desviando para canto um remate de Stankovic. Depois deste início, manteve-se atento, cooperou bem com Maxi Araújo e deu sempre confiança a Rui Silva

Melhor em campo: Geny Catamo (nota 7)
O internacional moçambicano de 24 anos realizou um bom jogo e esteve nos dois primeiros golos do Sporting, o primeiro obtido depois de uma iniciativa individual sua, culminada com um remate que Jackers defendeu para a recarga vitoriosa de Quenda, e o segundo através de um passe fantástico, onde ficou demonstrada uma visão de jogo superior, a isolar Suárez que, na cara do guarda-redes, faturou. Mas a importância de Catamo não se reduziu a estes dois lances, foi patente também na forma como interpretou a dupla missão de extremo e defesa, criando condições, sempre que necessário, para Fresneda defender por dentro, como terceiro central, passando os leões a um 5x4x1 muito dinâmico e elástico. Quer a atacar, quer a defender, a sua concentração foi muito elevada, ao nível da competição que estava a disputar. 

Maxi Araújo (6) – Entrou em jogo em grande estilo e maravilhou a plateia com uma ‘roleta’ bem conseguida, aos três minutos. Depois disso, especialmente durante a primeira parte aproveitou o flanco, falhando, contudo, na qualidade dos cruzamentos, que lhe estavam a sair à altura das canelas. 

Morten Hjulmand (6) – Uma entrada imprudente aos 8 minutos podia ter custado cara ao Sporting. Valeu-lhe o VAR, que trocou o vermelho pelo amarelo. Depois disso, foi o pêndulo do costume, sóbrio e sempre no lugar certo. 

João Simões (6) – Está confiante para realizar os básicos, ou seja, apoiar Hjulmand e assegurar a segurança nas movimentações de Maxi e Inácio, mas ainda parece tímido. Tem, seguramente, margem de crescimento. 

Quenda (7) – Um golo, o primeiro dos leões, e uma assistência no terceiro para Trincão, valem-lhe uma nota alta. Durante a partida revelou estar a crescer taticamente, mostrando-se atendo às compensações no flanco esquerdo. 

Trincão (7) – Andou esquecido durante uma boa parte do jogo, ficando-se por pormenores como a simulação que abriu caminho ao golo inaugural. A sua movimentação foi decisiva para desmontar a (des)organização defensiva belga e ainda assinou um belo golo, com um remate cruzado de pé esquerdo. Foi de menos a mais. 

Luis Suárez (7) – Lutador incansável, marcou um golo de enorme qualidade (31'), com uma ‘picadinha’ sobre o guarda-redes, e ficou a dever-se outro (48') quando, isoladíssimo, tirou Jackers do lance e acertou no poste. 

Morita (5) – Menos de meia hora para mostrar competência e à vontade. 

Alisson (4) – Teve tempo a menos para o serviço que quis mostrar, e perdeu-se nalguns lances em que se esqueceu que o futebol é uma modalidade coletiva.  

Blopa (4) – Entrou bem, mas teve dois lances em que revelou ingenuidade, perdendo a bola em zonas proibidas. 

Matheus Reis (–) – Entrou aos 86 minutos e não comprometeu. 

Rodrigo Ribeiro (5) – No pouco tempo em que esteve em campo teve uma iniciativa, com muito boa ‘pinta’, aos 86 minutos.  

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