Equipa do Caldas
Equipa do Caldas

Caldas confirma que vai a jogo «sob protesto»: «Encostaram-nos à parede»

Clube da Liga 3 reafirma vontade de não comparecer em campo, mas admite que as consequências seriam «nefastas» para o clube

Após a ameaça de não o fazer, o Caldas confirmou que vai a jogo frente ao SC Braga esta terça-feira, pelas 19.00 horas, na luta por um lugar nos quartos de final da Taça de Portugal, ainda que contrariado.

Em novo comunicado, o emblema denunciou «a falta de respeito» que sente pela mudança do palco do jogo, do Campo da Mata para o Campo Manuel Marques, em Torres Vedras. Uma mudança feita a menos de 24 horas do apito inicial.

O clube não escondeu que pretendia não comparecer ao encontro, mas acabou por decidir o contrário. «Não vergar significaria que hoje não entraríamos em campo. Seria essa a nossa maior vontade, mas as consequências desta decisão seriam nefastas para o Caldas. Sermos castigados por uma ação que nos parecia inevitável para bem da verdade desportiva era sofrer as consequências duplamente», pode ler-se.

«O nosso Campo da Mata foi dado como interdito. E assim, tiraram-nos o chão e encostaram-nos à parede. A falta de respeito e consideração que sentimos é gigante. Sócios e adeptos, garantimos que não nos calaremos, que não esqueceremos. A primeira forma de o fazermos é, hoje, em campo, com todos vós a apoiar-nos», completa, justificando a decisão de ir a jogo.

Por fim, o clube lamenta que um dia que devia ser «especial» acaba por ser «dos mias tristes da nossa longa e respeitada história». Sob protesto. Vamos a jogo. Por cada sócio. Por cada adepto. Por cada petiz, traquina, infantil, iniciado, juvenil, júnior, sénior e veterano. Porque queremos continuar a fazer do desporto aquilo que diariamente lhes tentamos ensinar», concluiu-se.

O comunicado completo do Caldas:

«O futebol em que acreditamos perdeu a magia.

O dia de hoje era especial porque, mesmo antes do Natal, teríamos a família reunida nas bancadas do nosso campo. Estaríamos todos, de cachecol caído aos ombros, a celebrar a beleza que é apoiar o clube que vimos (e que nos viu) crescer. Tiraram-nos isso, mas não nos tiram nunca a vontade de representar este brasão e de o dignificar em cada minuto em campo.

Não nos tirarão, nunca, o orgulho de saber que é tão fácil ser dos grandes, mas tão mais bonito ser do Caldas. Não vergar significaria que hoje não entraríamos em campo. Seria essa a nossa maior vontade, mas as consequências desta decisão seriam nefastas para o Caldas. Sermos castigados por uma ação que nos parecia inevitável para bem da verdade desportiva era sofrer as consequências duplamente. E neste momento precisamos também de pensar em todos aqueles que diariamente envergam este brasão e o honram, dos petizes aos veteranos, do futebol às modalidades.

O Caldas Sport Clube é um clube centenário. Merece o respeito de todos os agentes desportivos, como qualquer outro clube deste país. Mostraremos em campo o respeito que temos pelo desporto e pela verdade desportiva, mesmo num dos dias em que nos sentimos mais sós nesta missão. Ontem, ao início da noite, o nosso Campo da Mata foi dado como interdito. E assim, tiraram-nos o chão e encostaram-nos à parede.

A falta de respeito e consideração que sentimos é gigante. Sócios e adeptos, garantimos que não nos calaremos, que não esqueceremos. A primeira forma de o fazermos é, hoje, em campo, com todos vós a apoiar-nos.

Mostraremos que o Caldas não tem limites, ainda que seja um dos minutos mais tristes da nossa longa e respeitosa história.

Sob protesto. Vamos a jogo. Por cada sócio. Por cada adepto. Por cada petiz, traquina, infantil, iniciado, juvenil, junior, sénior e veterano. Porque queremos continuar a fazer do desporto aquilo que diariamente lhes tentamos ensinar.»