Parada do Athletic pela conquista da Taça do Rey passa ao lado do museu Guggenheim (à esquerda)
Parada do Athletic pela conquista da Taça do Rey passa ao lado do museu Guggenheim (à esquerda) - Foto: IMAGO

Bilbau: a arte, cultura e gastronomia basca (além do futebol, claro)

O Museu Guggenheim é ponto de partida para a visita à capital da Biscaia

Bilbau recebe esta quarta-feira a final da UEFA Europa League, entre Manchester United e Tottenham. Se viajar com tempo livre para lá de assistir ao grande espetáculo que vai ter lugar no Estádio San Mamés, tem aqui um guia para se orientar entre os arranha-céus e as vielas medievais da capital da Biscaia.

A cidade equilibra-se na perfeição entre a modernidade espetacular do Guggenheim e a tradição pujante do seu Casco Viejo, o centro histórico.

Comecemos a nossa jornada precisamente aí, no Museu Guggenheim. Projetado por Frank Gehry, o edifício metálico evoca a fluidez de um barco ancorado no Rio Nervión. À entrada, o icónico Puppy, de Jeff Koons, mostra-nos o contraste de cores e formas que se tornaram cartão-postal de Bilbau. Lá dentro, obras de estrelas internacionais e instalações de vanguarda convidam o público a repensar os limites entre arquitetura e arte.

Puppy, à entrada do Guggenheim em Bilbau
Puppy, à entrada do Guggenheim em Bilbau (IMAGO)

Ao lado do museu, chegamos à Ponte Zubizuri, de Santiago Calatrava, oferece uma visão mais alta sobre as águas cinzentas do Nervión e direciona-nos para o Casco Viejo. Aí, nas Siete Calles, as góticas Santa María e San Antón dividem o espaço com bares onde txakoli, o famoso vinho branco seco gaseificado, borbulha em copos finos. À beira-rio, o Mercado de la Ribera põe à prova olfacto e paladar: pintxos coloridos (tapas bascas) - de jamón ibérico a bacalhau confitado - disputam a atenção com outros produtos, expostos em balcões de madeira.

Ponte Zubizuri, em Bilbau
Ponte Zubizuri, em Bilbau (IMAGO)

O elevador de Santa Catarina leva-nos depois, caso queiramos, a um miradouro privilegiado sobre o botxo – o buraco que o rio escavou no vale. Uma vista panorâmica sobre San Mamés, a catedral dos Leones do Athletic, e tetos de zinco, que nos lembram que aqui a modernidade se mistura com a herança operária.

Se tivermos um segundo dia, podemos arrancar no Museu de Belas Artes, que apresenta um repertório que vai do século XIII até hoje e Goya e El Greco são protagonistas.

Casco Viejo, em Bilbau
Casco Viejo, em Bilbau (IMAGO)

Em cinco minutos, estamos no Parque do Arenal. As alamedas arborizadas e os lagos artificiais são convite a uma pausa de contemplação, antes do almoço num restaurante tradicional. Aí, o bacalao al pil-pil - bacalhau cozido em azeite com alho e, opcionalmente, malagueta, até formar uma emulsão, a que se chama pil pil - e o chuletón - generoso bife maturado - reforçam a reputação da cidade como destino gastronómico.

De volta à margem do Nervión, encontramos a Ponte de La Salve e o colorido pilar de Jean Nouvel, que parece separar a meio dois mundos: o artístico do urbano. O Funicular de Artxanda pode ainda levar-nos a 200 metros de altitude e a maus uma bela e fotogénica vista sobre a cidade, antes do jantar, talvez no bairro de Indautxu, com mais pintxos e um brinde de sidra gelada.

Bacalao al pil pil
Bacalao al pil pil (IMAGO)

É aconselhável reservar online as entradas do Guggenheim e do funicular. O centro é compacto e facilmente percorrido a pé, embora o táxi e o metropolitano possam acelerar deslocamentos mais longos. Atenção aos horários: o almoço é servido das 13:00 às 16:00, com rebertura às 20:00 para o jantar.

Ainda que o castelhano seja amplamente falado, um kaixo (olá) e um eskerrik asko (obrigado) em euskera garantem sorrisos no atendimento.