«Benfica? Tinham era de querer antes»: Bruno Fernandes revela conversa com Rui Costa

Bruno Fernandes concedeu uma entrevista ao Canal 11 em Manchester - a segunda parte do Soltinhos Pelo Mundo saiu esta terça-feira - e falou sobre a possibilidade que teve em 2018 de assinar pelo Benfica, após ter terminado o contrato com o Sporting na sequência do ataque a Alcochete. O médio português explicou os motivos para ter recusado a proposta e até revelou uma conversa que teve com Rui Costa, agora presidente das águias.

«Houve essa possibilidade, o Benfica queria, mas eu desde o primeiro momento disse que não o faria. 2018. Eu faço 2017/18, existe esse verão, existe o Mundial. Eu estou no Mundial e depois do Mundial acontecer existe essa possibilidade. Existiu, o meu empresário chegou até mim com essa possibilidade, mas eu disse sempre que não. Se ficasse em Portugal, disse isso ao meu empresário, se eu ficasse em Portugal... ficava no Sporting», começou por dizer, garantindo que os valores do contrato eram muito tentadores, mesmo comparando com a Premier League.

«Financeiramente era muito tentador. Eu acredito que, mesmo até hoje, foram poucos os jogadores que tiveram a oferta que eu tive, a nível financeiro, era um contrato muito melhor do que o primeiro que eu tive aqui no Manchester United. O Benfica pagava-me mais e eu disse imediatamente não. O Benfica aconteceu nessa situação, pelo que me disseram, o Benfica também me quis, um ano antes o Jorge Jesus queria-me, e não me quis no Benfica para ir buscar outra pessoa qualquer e depois o JJ diz que é ele que me quer no Sporting. O Bruno Carvalho diz que foi ele e o André Geraldes diz que foi ele. Está ali uma guerra entre os três, que ninguém sabia que realmente me queria», disse, brincando também com a situação polémica em Alvalade, e afirmando que a proposta do Benfica se tratava de uma vingança para o rival.

«Houve essa possibilidade do Benfica, eu também, por respeito ao Benfica, não me sentia bem ir para o Benfica simplesmente pelo fator monetário, porque o Benfica, para além de ser um grande clube, uma instituição muito grande, eu apreciei o que estavam a tentar fazer, mas também entendi ao mesmo tempo que isto tinha acontecido há muitos anos atrás. O Sporting tinha roubado um jogador ao Benfica e isto era um bocadinho de pay-back e eu não quero fazer parte destes enredos, isso não é para mim. Eu fui sincero para o meu empresário, se o Benfica me quisesse, que me comprasse o ano passado. Foi o que eu lhes disse. Eles metiam na mesa quando o Sporting me queria, metiam na mesa o papel deles e eu depois tinha de decidir entre o Benfica e o Sporting. O Benfica não fiz isso no ano anterior, porque é que agora só porque o Bruno tem este momento de fraqueza do Sporting, vamos aproveitar isto para puxar para o nosso lado», atirou, lembrando um bis pela Seleção Nacional e a tal conversa com Rui Costa na Luz.

«E o presidente Rui Costa, uma vez, apanhei-o lá quando fiz dois golos contra a Bósnia no Estádio da Luz, ele passou por lá, cumprimentou-me e disse: 'fazes sempre golos neste estádio'. E eu disse: 'vocês é que não quiseram'. E ele respondeu : 'ah, nós quisemos', ao que eu respondi: 'sim, mais aí já foi tarde'. Tinham era de querer antes», completou, sorridente.

Por outro lado, Bruno Fernandes também revelou que esteve muito perto de rumar ao FC Porto, que preferiu Óliver Torres, um ano antes da chegada ao Sporting. «Eu tenho um respeito enorme por todos os clubes grandes em Portugal e eu estive muito perto de jogar pelo FC Porto no ano anterior, de ir para o Sporting, depois o FC Porto acabou por contratar o Óliver Torres na altura. Ele esteve muito bem no FC Porto, agora eu tive um impacto mais forte do que ele teve no campeonato português e isso é inegável, mas o Óliver esteve muito bem, mas obviamente que não teve o impacto de golos e assistências. Era mais um jogador de fazer jogar e dar dinâmica à equipa», contou.