Bagão Félix diz que Rui Costa «tem um para-raios que se chama José Mourinho»
António Bagão Félix não escondeu que ficou «satisfeito» pelo resultado obtido pela lista que encabeça à presidência do Conselho Fiscal do Benfica, na primeira volta das eleições do clube. O antigo ministro das finanças, em entrevista à CMTV, focou-se, ainda assim, No principal objetivo da candidatura Benfica Acima de Tudo: «Só aceitei este convite porque vi em João Noronha Lopes um candidato forte, que faz o pleno de benfiquismo, de outra maneira nunca seria candidato.»
O gestor admitiu a necessidade de efetuar «algumas retificações» à estratégia da candidatura Benfica Acima de Tudo, e considerou «indiscutível que não se fale do passado» na campanha eleitoral da segunda volta.
Bagão Félix garantiu que se «respira melhor» na Luz, antes de pedir uma campanha eleitoral pautada pelo «respeito mútuo entre os dois candidatos» em que «possam falar dos caminhos a seguir», com vista ao «voto consciente» dos sócios. O gestor destacou a imprevisibilidade da votação do dia de 8 de novembro, relembrando que os dois candidatos «partem do zero», sem «transferência integral» dos votos obtidos no passado sábado.
O fator José Mourinho
António Bagão Félix destacou que os resultados negativos pela acumulados equipa de futebol nas últimas semanas não se repercutiram no resultado final de Rui Costa na primeira volta. O gestor considera que o presidente em funções «tem um para-raios que se chama José Mourinho», apesar de elogiar a «excelente escolha» do substituto de Bruno Lage.
«José Mourinho está naquela fase em que continua a gerar uma grande expectativa, é um grande treinador, comunica muito bem. Como benfiquista sentimo-nos mais representados nas conferências de imprensa», elogiou Bagão Félix. O gestor considerou o técnico luso «um ativo patrimonial de Rui Costa, pela forma como neutralizou o desânimo dos adeptos.
«Em primeiro lugar devemos aplaudir o que foi bem feito e ter a capacidade, discernimento e honestidade quando achamos que não está bem feito. Esta candidatura não veio para dividir, veio para congregar», frisou.
28% de votos em disputa
Bagão Félix saudou a decisão «previsível», mas não segura de João Diogo Manteigas de votar em João Noronha Lopes na segunda volta, tendo em conta os «pontos de convergência» entre as duas candidaturas. O gestor defendeu, ainda assim, que o advogado «está a pensar a longo prazo» e que quer «que o seu território se mantenha bem delineado».
«Aqui não há votos tutelados, não faz sentido que um candidato que não vai à segunda volta dê indicações aos apoiantes para votarem noutro», reforçou. Questionado sobre a posição de Luís Filipe Vieira, que decidiu não apoiar nenhum candidato, Bagão Félix apelidou o eleitorado do antigo presidente do Benfica de «heterogéneo», mas admitiu o peso dos sócios com 50 votos no resultado final.
A discussão sobre o eleitorado de Luís Filipe Vieira precipitou uma reflexão de Bagão Félix sobre a distribuição do número de votos consoante a antiguidade de filiação ao Benfica, que, na ótica do gestor «fere o principio da proporcionalidade.» «Sou a favor do doseamento de espessura de votos conforme o tempo de permanência no clube, mas não de uma maneira tão desproporcional», rematou.