Avenses mais felizes na lotaria (crónica)
Depois de um 0-0 muito renhido ao fim de 120 minutos, o Aves SAD e o Académico de Viseu decidiram a passagem aos oitavos de final da Taça de Portugal nas grandes penalidades (7-6).
A turma da casa entrou a querer assumir o domínio do jogo, mas os viriatos não se encostaram atrás e foram para cima da formação do primeiro escalão.
A primeira grande oportunidade do jogo saiu dos pés de André Clóvis aos 13 minutos. Não é característico do avançado brasileiro, mas, ali, vacilou e rematou para fora, frente a João Gonçalves. 10 minutos depois o guardião avense foi decisivo com duas grandes defesas em menos de 10 segundos. Primeiro travou um remate do desperdiçador Clóvis e depois um de Kahraman.
Aos 24', surgiu a primeira grande oportunidade dos comandados de João Pedro Sousa. Jaume Grau falhou de forma clamorosa um remate no coração da área, após um cruzamento rasteiro de Diogo Spencer pela direita.
Os avenses insistiam em circular a bola com calma, mas sempre que o Académico de Viseu recuperava a bola conseguia criar perigo junto à baliza do Aves SAD. Foi valendo um João Gonçalves atento. Ao minuto 43, o guarda-redes ex-Boavista voltou a estar em evidência, ao parar um grande remate de Gustavo Costa, com o pé esquerdo, de fora de área.
A formação do concelho de Santo Tirso teve uma grande oportunidade, logo à entrada do segundo tempo. Nenê mandou à barra, na sequência de um livre frontal, quase à entrada da área. Foi um pontapé com muita classe do avançado de 42 anos (que jogou os 120 minutos), a fazer a bola passar por cima da barreira. Só foi pena não ter baixado o suficiente. Teria sido um golaço.
Nenê voltou a ter o 1-0 nos pés ao minuto 56, depois de um grande lance individual de Diogo Spencer. O lateral transformado em médio decompôs, pela direita, a defensiva das beiras, servindo o capitão, que, por seu turno, fez um remate fraco para as mãos de Bruno Brígido.
Aos 64', Clóvis cabeceou por cima da barra da baliza de João Gonçalves, naquele que foi o primeiro sinal de perigo dos viseenses no segundo tempo.
Nos últimos 45 minutos, o Académico de Viseu perdeu alguma capacidade ofensiva. Ainda assim, deu para incomodar um par de vezes a baliza de João Gonçalves; principalmente depois da entrada de Zamora, ao minuto 69, que voltou a fazer espevitar a equipa beirã.
O jogo teve de seguir para prolongamento, onde João Pedro Sousa arriscou, tirando o defesa central Carlos Ponck e lançando o avançado Rafael Barbosa. Mas não foi suficiente para mexer com o jogo; e, entre a vontade de marcar e o medo de sofrer, as equipas baixaram o ritmo, aceitando que o jogo teria de ser decidido na lotaria das grandes penalidades.
E assim foi. Em 14 penáltis, só um foi falhado - o último, por Milioransa, que condenou a equipa de Viseu à eliminação e possibilitou, assim, a passagem do Aves SAD aos oitavos de final da Taça de Portugal.
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