Rui Borges falou das ausências e deixou reparos à atuação da equipa de arbitragem. Foto: IMAGO
Rui Borges falou das ausências e deixou reparos à atuação da equipa de arbitragem. Foto: IMAGO - Foto: IMAGO

As bolas paradas, o desgaste e a arbitragem: tudo o que disse Rui Borges

Treinador do Sporting mostrou-se orgulhoso com a exibição leonina em Munique, mas não deixou de apontar as falhas nos momento de bola parada que, segundo ele, decidiram o jogo

A solidariedade dos jogadores é o que o deixa mais orgulhoso nesta exibição?

Não, deixa-me orgulhoso a personalidade e a coragem que tivemos e o caráter que tivemos. Demonstrámos uma personalidade muito grande e uma maturidade muito grande. Em termos técnicos e táticos, fantásticos. Cumpriram à regra aquilo que nós tínhamos como estratégia. Sabíamos que íamos estar num bloco mais baixo e a equipa foi coesa, foi bem organizada, foi comprometida. Era difícil, porque somos uma equipa que gosta de ter bola e hoje não íamos ter. A equipa lá está, demonstrou uma calma enorme e percebeu e respeitou quem tínhamos do outro lado. Não podia estar mais orgulhoso.

O Sporting não conseguiu fazer história por causa da arbitragem? Pensa que com os três ausentes disponíveis podia ter conseguido daqui uma vitória?

Não, em relação aos jogadores, todos são importantes. E quem não está... não está, não é importante neste caso. É tão simples quanto isso. São jogadores importantes, mas a equipa deu uma grande resposta. Em relação, o único momento em que não fomos tão fortes foram as bolas paradas. E perdemos o jogo aí. Dois golos de bola parada. Um que é precedido de uma falta clara, naquilo que é a minha opinião, é falta claríssima. E nós às vezes queixamo-nos tanto dos nossos árbitros e se calhar são dos melhores do mundo e temos que nos queixar menos. Agora, não posso estar a lamentar por isso a derrota. Temos que melhorar. Temos sido fortes e hoje não fomos tão fortes nesse único momento do jogo e que nos saiu caro.

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Porque voltou aos três centrais? Sai daqui com uma frustração ainda maior por esses golos terem nascido de bola parada?

Claramente. Frustrado por isso. Estava chateado porque era algo que tínhamos identificado. Sabíamos que eles são fortíssimos na bola parada, que íamos passar alguns calafrios, mas achávamos que nos íamos bater e estávamos a bater-nos. Depois, fomos ludibriados ali por bloqueios na segunda zona, aparece um homem de trás para a frente... É algo que temos que melhorar. Em relação aos três centrais, não jogámos com três centrais. Jogámos com três centrais naquilo que são as posições dos jogadores. Porque se olharem para o jogo, eu até queria mais que o Quaresma andasse uma vez ou outra mais à frente, e raramente andou. Não fugimos à nossa ideia de jogo, a equipa seguiu à regra aquilo que tínhamos pedido. Se me perguntarem: 'quem é que não esteve tão bem?' Estiver todos muito bem.

Como é que se treina as bolas paradas numa equipa tão jovem? Quatro ausências para o jogo com o PSG, Sporting tem de ir ao mercado?

Ganhámos o Daniel Bragança. Muito feliz por isso. Vai nos dar mais qualidade. Acredito que vai fazer uma boa segunda parte da época.
Maturidade? Nós trabalhamos e temos sido fortes nesse sentido. Agora, custa mais porque era algo que nós tínhamos identificado Não se trata de desconcentração, trata-se de mérito da equipa adversária, porque tem muita qualidade também nesse momento. E isso faz-nos crescer para sermos cada vez mais fortes e continuarmos neste crescente de maturidade que temos demonstrado.

O Simões tem dado uma grande resposta nestes jogos de grande exigência. Quando é que sentiu que ele deu o clique? Aves SAD será o último jogo de Geny e Diomande antes da CAN?

Sim, é aquilo que é a obrigatoriedade. Temos que os libertar a partir de dia 15. Há coisas que nós não conseguimos controlar. Espero que não lhes corra tão bem a CAN, em termos coletivos. Não vou lamentar as ausências. Quanto ao Simões, não me surpreendeu, porque ele o ano passado fez uma grande época. Este ano, na pré-época teve alguma dificuldade, mas reconhecíamos valor, porque senão não jogava.

A entrada em jogo da equipa não o agradou?

Estava irritado porque estávamos num bloco médio-baixo e eles estavam a criar alguma dificuldade à esquerda. E eu estava irritado porque o Matheus tinha que alargar mais. Quando começou a fazê-lo, eles começaram a ter mais dificuldades em entrar ali. Estávamos bem organizados, eles não tinham linhas de passe nenhumas. E era isso que eu estava a tentar passar, mas não conseguia, porque não se ouve nada.

Com tantas ausências, preocpua-lhe o desgaste da equipa?

Sim, não queremos perder jogadores... mas fazemos um trabalho excecional internamente a performance, departamento médico, temos feito um grande trabalho naquilo que é a gestão de cargas, perceber e gerir algum cansaço extra. Hoje, por exemplo, o Inácio ficou de fora. Já vamos perder o Diomande para a CAN, não podíamos mesmo correr o risco, não estava a 100% e o risco de o perder era enorme e decidimos não arriscar com ele. É um bocado preoupante porque temos menos opções. Este mês vai ser um bocado bravo, muitos jogos. Temos de ter esse cuidado.