Equipa do Arsenal
Equipa do Arsenal - Foto: IMAGO

Arsenal põe fim a acordo publicitário controverso depois de protestos dos adeptos

Clube londrino anunciou que terminou o contrato publicitário com o Ruanda

O Arsenal confirmou esta quarta-feira que irá terminar o seu controverso contrato de patrocínio com o Ruanda no próximo verão. O clube londrino tem promovido o turismo no país africano, através da marca Visit Rwanda, nas mangas das suas camisolas e na publicidade do estádio desde 2018, num acordo que rendia cerca de 12 milhões de euros anuais aos cofres dos gunners.

Esta parceria, no entanto, tem sido alvo de intenso escrutínio por parte dos adeptos do Arsenal, devido às preocupações com a situação dos direitos humanos e a falta de liberdades no Ruanda, incluindo a perseguição a opositores políticos.

A controvérsia intensificou-se em fevereiro deste ano, quando o Reino Unido anunciou a suspensão da sua ajuda ao país e a recusa em participar em eventos organizados pelo Ruanda. A decisão foi motivada pelo alegado apoio do governo ruandês ao movimento rebelde M23 na República Democrática do Congo.

Em abril, o grupo de adeptos «Arsenal Fans for Peace» (AFP) organizou um protesto a exigir o fim do patrocínio. Perante os rumores de uma possível renovação do contrato, o grupo afirmou que «os valores e a alma do clube estavam à venda.»

Ao saber da decisão do clube, James Turner, membro do AFP, declarou: «Sabemos que o dinheiro é o mais importante, mas se os adeptos se unirem e falarem, eles têm de ouvir.»

«Isto demonstra que o Arsenal ainda tem a classe e os valores para fazer o que está certo. Terminar este acordo é um passo na direção da paz», acrescentou.

Num comunicado oficial, o Arsenal explicou que o fim da parceria se deve a uma mudança de estratégia por parte do Ruanda, que procura agora diversificar os seus patrocínios e expandir-se para novos mercados que possam apoiar as suas ambições de turismo e investimento.

Apesar da saída do Arsenal, a marca «Visit Rwanda» continua a ser patrocinadora de outros grandes clubes como o PSG, e das equipas norte-americanas Los Angeles Rams (NFL) e Los Angeles Clippers (NBA).